PF: “Bolsonaro auferiu, ilicitamente, com venda dos relógios, US$ 68 mil”
O valor foi obtido a partir da venda dos relógios Patek Philippe e um Rolex em uma loja de penhores nos Estados Unidos, segundo a PF
A Polícia Federal afirma, no relatório que embasou a investigação sobre as joias sauditas, que Jair Bolsonaro auferiu, ilicitamente, US$ 68 mil dólares após a venda de relógios recebidos pela Presidência da República.
Em depoimento, o general da reserva Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, confirmou à PF que entregou ao ex-presidente esse valor que foi obtido por meio da venda de relógios recebidos pela Presidência, um Patek Philippe e um Rolex. Os repasses ocorreram de forma fracionada.
“O colaborador ajustou com seu pai, general Mauro Cesar Lourena Cid, que o saque dos U$ 68 mil ocorreria de forma fracionada e entregue à medida que alguém conhecido viajasse dos Estados Unidos ao Brasil; que o dinheiro seria entregue sempre em espécie de forma a evitar que circulasse no sistema bancário normal”, aponta um trecho da delação de Mauro Cid, incluído no relatório final da PF.
Segundo a investigação, a venda dos relógios foi concretizada em 13 de junho de 2022, quando a empresa Precison Watches depositou os US$ 68 mil dólares na conta de Mauro Lourena Cid.
“A empresa encaminhou o recibo de compra dos relógio Rolex Day-Date 39mm Pearlmaster e Calatrava Pilot Travel Time. O documento discrimina o valor de compra de cada relógio. A Precision Watches comprou o relógio Rolex pelo valor de US$ 33.000,00 (trinta e três mil dólares) e o relógio Patek Philippe pelo valor de US$ 35.000,00 (trinta e cinco mil dólares), confirmando que o ex-presidente Jair Bolsonaro auferiu, ilicitamente, com a venda dos relógios, o total de US$ 68.000,00 (sessenta e oito mil dólares)”, informa o relatório da PF.
O que diz a defesa de Bolsonaro?
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro classificou a investigação da PF sobre as joias como “estranhamente direcionada” em manifestação publicada há pouco no X – antigo Twitter.
Como mostramos, nesta segunda-feira, 8 de julho, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, derrubou o sigilo da investigação e estamos revelando detalhes sobre o inquérito da Polícia Federal que embasou o pedido de indiciamento do ex-presidente.
Na manifestação, a defesa de Bolsonaro argumenta que desde março do ano passado o ex-presidente já havia decidido comparecer de forma espontânea às autoridades competentes para prestar esclarecimentos sobre a incorporação de bens considerados personalíssimos ao acervo pessoal do ex-mandatário.
Leia também: Bolsonaro tentou incorporar joias, diz PF
“A presente investigação – assim como as demais que colocam hodiernamente o ex-presidente como protagonista -, ressente-se, ainda, da evidente incompetência do STF e da inexistência de qualquer prevenção do ministro Alexandre de Moraes enquanto relator, aspecto sobre o qual a PGR, já em agosto de 2023, expressamente declinou da competência para a tramitação da apuração”, afirma a defesa do ex-presidente em nota divulgada no X, antigo Twitter, pelo advogado pessoal de Bolsonaro e ex-Secom, Fabio Wajngarten.
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