PF associa dinheiro apreendido a Abin paralela, diz jornal
Montante em questão são os 172 mil dólares encontrados em operação de busca e apreensão em outubro na casa de Paulo Maurício Fortunato
Investigação da Polícia Federal (PF) indica que quase 200 mil dólares encontrados em espécie na casa de um dos dirigentes da Abin na gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ) teria financiado o monitoramento ilegal da agência durante o governo Bolsonaro.
A informação é da Folha de S. Paulo, publicada na noite desta sexta-feira, 8 de março, com base em relatório da PF.
O montante em questão são os 172 mil dólares encontrados em operação de busca e apreensão em outubro na casa de Paulo Maurício Fortunato, então afastado do cargo de secretário de planejamento e gestão da Abin.
“O relatório, que é datado do final de novembro, ou seja, mais de um mês depois da apreensão do dinheiro, afirma que até aquele momento não havia referência da origem dos dólares, podendo configurar ‘outra extirpe de delitos’ além da investigada — o uso do software espião FirstMile para bisbilhotar ilegalmente adversários políticos”, diz o jornal em referência à Abin paralela.
Segundo o jornal, a PF associa os 172 mil dólares ao financiamento do monitoramento ilegal pela falta de comprovação de origem do dinheiro, assim como por outros dois motivos.
“O primeiro, o de que as notas de US$ 50 e US$ 100 apresentavam o mesmo estado de conservação e estavam divididas em blocos de série distintas, o que, segundo os investigadores, seria de difícil obtenção por uma pessoa comum, mas possível para instituições”, afirma o jornal.
“A segunda é o depoimento do ex-servidor da Abin Rodrigo Colli, que é um dos pivôs do caso FirstMile”, acrescenta.
Primeira Milha
As investigações da Polícia Federal apontaram que o software adquirido pelo governo utilizava dados de GPS para monitorar ilegalmente a localização de celulares de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes.
Segundo a gestãoo da agência no governo Lula, o programa foi adquirido no final do governo Temer, poucos dias antes da posse de Jair Bolsonaro, e foi utilizado até parte do terceiro ano de seu mandato.
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