PF apreende pepita de ouro ilegal com Valdemar Costa Neto
PF cumpriu 33 mandados de busca e apreensão contra Valdemar e aliados de Bolsonaro por tentativa de golpe; posse de ouro bruto é ilegal
A Polícia Federal apreendeu uma pepita de ouro ilegal em endereço do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto (foto), no âmbito da Operação Tempus Veritatis, nesta quinta-feira, 8 de fevereiro.
Como a pepita é forma de ouro bruto, o mineral não foi regulamentado a ser comercializado. E, por isso, a sua posse configura o crime de “usurpação de mineral”.
A PF está apurando se o ouro foi extraído ilegalmente, por exemplo, em reserva indígena.
A perícia já confirmou, até o final da tarde desta quinta, que se trata de uma pepita de ouro pesando 39,18 gramas e com 95,26% de grau de pureza.
O mineral não foi o único objeto comprometedor a Valdemar descoberto pela PF no cumprimento do mandado de busca e apreensão da Operação Tempus Veritatis, que mira suspeitos de envolvimento em tentativa de golpe após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro em 2022.
A polícia também apreendeu uma arma com documentação vencida, o que levou à prisão do presidente do PL nesta quinta por posse ilegal de arma.
Valdemar e Bolsonaro na mira da PF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, foram alvos de busca e apreensão da operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta, 8, pela Polícia Federal.
Além deles, os ex-ministros Anderson Torres, Walter Braga Netto e Augusto Heleno também foram alvos da operação.
Dois ex-assessores de Bolsonaro foram presos. São eles: Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens, e Filipe Martins, ex-assessor internacional do governo Bolsonaro.
Narrativa de fraude foi endossada por Valdemar
O requerimento que autorizou a Tempus Veritatis indica Valdemar como o mentor da ação judicial que questionava o resultado das eleições de 2022.
Diz o documento:
“O alinhamento entre os investigados se demonstra, ainda, a partir das falas proferidas por VALDEMAR COSTA NETO, em 23/11/2022, um dia após ter ingressado com o pedido de anulação dos votos das urnas antigas [fabricadas em 2020] junto ao TSE:
[Fala de Valdemar] ‘Nós contratamos uma empresa de homens altamente qualificados para poder acompanhar as eleições, e eles, por coincidência e talvez por tecnologia, eles conseguiram atingir esse objetivo de conseguir algo palpável no segundo turno. No primeiro eles não pegaram. (…) No segundo turno eles aumentaram a equipe, trouxeram um gênio lá de Uberlândia e que ajudou muito a gente. Aí ele descobriu esse problema que o nosso pessoal não tinha descoberto. Então nós fomos obrigados a colocar isso aí’.”
No documento, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, afirmou que toda a ação preferida contra o resultado das eleições em 2022 teria sido financiada pelo PL, capitaneado por Valdemar Costa Neto.
“Em acréscimo, a empresa Gaio.io possui um de seus endereços na cidade de Uberlândia/MG e o município é um dos domicílios vinculados a EDER LINDSAY MAGALHÃES BALBINO, investigado nestes autos, ‘o que demonstra que o Partido Liberal, através de seu representante máximo, VALDEMAR COSTA NETO, tinha plena ciência da interlocução e do alinhamento que os investigados desenvolveram na construção da narrativa de fraude as urnas eletrônicas‘.
Assim, a investigação demonstrou que (a) ‘dentro da divisão de tarefas estabelecidas pelo Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral, coube ao então presidente do Partido Liberal [PL], VALDEMAR COSTA NETO, financiar, divulgar perante a imprensa e endossar a ação judicial que corroborava a atuação da rede de ‘especialistas’ que subsidiaram ‘estudos técnicos’ que comprovariam supostas fraudes nas eleições presidenciais de 2022‘; e (b) ‘os investigados atuaram de forma coordenada, em unidade de desígnios, para desacreditar o sistema eletrônico de votação que regia as eleições presidenciais de 2022, utilizando-se de diversos meios, proclamados como ‘técnicos’ para gerar a formação de uma primeira impressão’.”
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