PF afirma que Domingos Brazão recebeu dinheiro de milicianos no RJ PF afirma que Domingos Brazão recebeu dinheiro de milicianos no RJ
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PF afirma que Domingos Brazão recebeu dinheiro de milicianos no RJ

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Wilson Lima
3 minutos de leitura 28.03.2024 08:28 comentários
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PF afirma que Domingos Brazão recebeu dinheiro de milicianos no RJ

O conselheiro suspenso do Tribunal de Contas do Estado também foi investigado por fraude processual e desmanche de carros roubados

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PF afirma que Domingos Brazão recebeu dinheiro de milicianos no RJ
Foto: Reprodução, TV Globo

Antes de ter sido preso acusados de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco, Domingos Brazão – conselheiro suspenso do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro – escapou de várias investigações por fraude, desmanche de carros e envolvimento com milicianos.

Algumas dessas investigações foram comandadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, mas foram arquivadas por influência do Clã Brazão. Segundo informações que constam no relatório da Polícia Federal sobre o caso Marielle, desde os anos 2000 os dois foram citados como integrantes de organizações criminosas no Rio de Janeiro.

“A trajetória de Domingos Brazão, e de seus associados, é evidência inequívoca de como se estrutura e se insere uma organização criminosa no seio da sociedade brasileira. Muitas foram as chances que o poder público teve de frear a expansão de suas atividades, antes que elas desaguassem nos homicídios ora investigados”, aponta a PF.

“O presente tópico deixa claro que as execuções não foram um caso isolado, mas fruto da corrupção e da inércia dos três Poderes na condução da coisa pública, seja na esfera estadual, seja na esfera federal”, acrescentam os policiais federais.

O relatório da CPI das Milícias, elaborado pelo deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), já citava a atuação criminosa da dupla. No entanto, não foram solicitadas providências sobre os parlamentares por parte da CPI.

“O líder do Clã Brazão, Domingos Brazão, esteve ao longo dos anos envolto em uma névoa criminal nunca dissipada em razão das relações político-estatais por ele construídas. Cercou-se de policiais, parlamentares, políticos, Conselheiros dos Tribunais de Contas e líderes de organizações criminosas, notadamente aquelas que exploram atividades típicas de milícias”, acrescenta a PF.

Um exemplo dessa atuação criminosa da dupla, conforme a PF, consta na exploração de duas empresas de autopeças – a Sangue Bom Autopeças e a Ferro Velha Nova Entrada – para desmanchar veículos furtados e vendas de peças no mercado ilegal.

“Ao passo em que ascendia politicamente e empresarialmente, surgiam mais e mais denúncias sobre a atuação do Clã Brazão”, informa a PF no relatório.

Outro ponto citado pela Polícia Federal diz respeito à atuação do ex-assessor parlamentar de Domingos Brazão Robson Calixto na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Calixto não somente era assessor como foi sócio de Domingos na empresa “Terra de Canaã Construções e Transportes”.

Robson Calixto é apontado por investigadores como o responsável por arrecadar fundos a Domingos Brazão para suas campanhas eleitorais. Dinheiro esse obtido após coagir moradores em Taquara, região dominada politicamente por Brazão.

“Robson Calixto figura como miliciano em algumas notícias de fato encaminhadas pelo Disque-Denúncia, datadas de maio e junho de 2018, onde é apontado como o responsável por arrecadar valores auferidos por grupo paramilitar organizado do tipo milícia na região da Taquara”, diz a PF.

“Próximo à UPP de Taquara, localiza-se uma igreja evangélica do Silas Malafaia, onde pode ser encontrado o miliciano ‘Robson Calixto Fonseca’, vulgo Peixe, nos dias 15 a 30 deste mês, para receber a quantia que é arrecadada na região. Ele anda armado. É policial e segurança particular do deputado Domingos Brazão”, ilustra um relatório do Disque-Denúncia sobre o caso.

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Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

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