PF: Abin paralela tinha lista de procuradores “contrários” a Bolsonaro
Em depoimento à PF em julho, Ramagem foi questionado sobre a lista. Ele afirmou não se lembrar de como o material fora produzido
O diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem (foto), tinha uma lista de procuradores considerados “contrários” ao governo, apurou a Polícia Federal.
A informação é do Globo, publicada nesta sexta-feira, 26 de julho.
“Na lista estão membros do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público Junto ao Tribunal de Contas da União que que investigavam ou fizeram representações contra o presidente, seus filhos e sua mulher, Michelle Bolsonaro. Também há dados de procuradores considerados contrários ao governo por aliados por investigarem aliados do presidente, como o empresário Luciano Hang e sua ex-mulher Cristina Bolsonaro”, diz o jornal.
“Um dos nomes monitorados é o da procuradora do MPF Ana Carolina Haliuc Bragança, que é reconhecida pela atuação na área ambiental e responsável por operações de combate ao garimpo e ações de proteção ao meio ambiente na região Norte do país.
Outro alvo foi a procuradora Célia Regina Souza Delgado, que, segundo a PF, assina uma notícia de fato que deu ao governo Bolsonaro 72 horas para enviar cópia de um ato administrativo relacionado a mortes durante a pandemia da Covid-19. Nas anotações, também consta que a procuradora ‘assinou medida extrajudicial recomendando a suspensão de todas as atividades ‘não-essenciais’ por 14 dias’ no período da Covid'”, acrescenta.
Outros procuradores listados são Lucas Furtado, do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU); e José Gladson Viana Correia, que investigou o então ministro da Saúde, e hoje deputado, Eduardo Pazuello pela crise de oxigênio no estado do Amazonas durante a pandemia.
Em depoimento à PF em julho, Ramagem foi questionado sobre a lista. Ele afirmou não se lembrar de como o material fora produzido.
O arquivo se chama “Levantamento – Ataques do MPF.docx” e, segundo a PF; era “reiteradamente atualizado”.
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