Em um movimento histórico, a Petz e a Cobasi, gigantes do mercado pet no Brasil, anunciaram um acordo de fusão que promete transformar o setor. A união das duas empresas deverá dar origem a uma nova companhia, com receita bruta estimada em 7 bilhões de reais e uma presença significativa no mercado de animais de estimação.

De acordo com o presidente-executivo da Petz, Sergio Zimerman, a transação marca a criação de uma entidade robusta que estará mais bem equipada para enfrentar os desafios do mercado competitivo, principalmente no que diz respeito ao e-commerce. A fusão foi discutida desde abril de 2023, quando foi assinado um memorando de entendimento entre as partes.

Como será a nova empresa formada pela fusão de Petz e Cobasi?

A nova companhia surgirá como uma subsidiária integral da Cobasi, que é famosa por ter criado o conceito de megalojas de produtos para pets nos anos 1980. No acordo, os acionistas da Petz terão 52,6% da empresa combinada, um pouco mais que os 50% previstos inicialmente. A transação incluiu um esforço de ajuste para gerar conforto entre ambas as companhias, afirmou Zimerman.

O conselho de administração do novo grupo será composto por nove membros, sendo cinco indicados pelos controladores da Cobasi (irmãos Nassar e fundo Kinea) e os outros quatro por Zimerman. A transação ainda precisa da aprovação dos órgãos de defesa da concorrência, uma expectativa que deve se concretizar em 2025.

Quais são os benefícios para os consumidores dessa nova empresa?

Zimerman acredita que a fusão trará inúmeros benefícios para os consumidores. O principal deles é a racionalização na abertura de novas lojas, o que tende a resultar em preços mais competitivos. Ele destacou que parte do impacto será repassado aos clientes, enquanto a outra parte ajudará a melhorar a rentabilidade das lojas físicas, que vem sendo pressionada pelo mercado digital.

Além disso, a Petz e a Cobasi juntas poderão oferecer uma variedade ainda maior de produtos e serviços, incluindo 20 marcas próprias, algo que deverá agradar aos donos de pets em todo o país. Com 494 lojas espalhadas por mais de 140 cidades, a nova empresa solidificará sua posição como líder no segmento de cuidados e produtos para animais de estimação.

Quais são os impactos financeiros da fusão?

A fusão prevê que os acionistas da Petz recebam 400 milhões de reais, entre 0,85 e 0,90 real por ação. Esse valor será dividido em dividendos e pagamentos “pro rata” conforme a participação dos acionistas na companhia. Em termos financeiros, a dívida líquida da nova entidade será de 194 milhões de reais.

• Dividendo inicial: 130 milhões de reais distribuídos antes do fechamento da transação.

• Pagamento “pro rata”: 270 milhões de reais em até 15 dias úteis após o fechamento.

O resultado operacional combinado das duas empresas chegou a 464 milhões de reais no ano passado, com uma expectativa de sinergias adicionais de 220 a 330 milhões de reais anuais. A Petz, em particular, mostrou uma recuperação nas vendas mesmas lojas, crescendo 0,9% no segundo trimestre de 2023.

O que os acionistas podem esperar do futuro?

Os executivos da nova empresa estão otimistas sobre o futuro. Aline Penna Peli, vice-presidente financeira da Petz, afirmou que 85% das sinergias esperadas serão capturadas dentro de três anos. A assinatura do acordo também incluiu a premissa de que não haverá Incidência de Imposto de Renda sobre ganho de capital.

Os acionistas da Petz, por exemplo, viram suas ações dispararem quase 20% nesta sexta-feira, muito provavelmente em resposta ao anúncio da fusão. Zimerman será o presidente do conselho de administração, enquanto Paulo Nassar da Cobasi será o presidente-executivo da nova companhia.

Em relação ao mercado geral, a combinação de forças promete aquecer ainda mais o segmento de produtos e serviços para animais de estimação no Brasil. Com a expansão contínua e a adaptação às demandas do comércio online, a nova empresa está bem posicionada para liderar o mercado pet brasileiro nos próximos anos.