Pessoas com deficiência recebem 31x menos
Desigualdade salarial, acesso ao trabalho formal e diversidade no mercado de trabalho brasileiro: um cenário preocupante para Pessoas com Deficiência, mulheres e trabalhadores mais velhos.
A pesquisa Mapa ESG Brasil, encomendada pela Plano em parceria com a Mynd e realizada pela Ilumeo, revelou um cenário preocupante: pessoas com deficiência chegam a ganhar 31% a menos em relação aos outros trabalhadores. Este dado joga luz sobre as dificuldades enfrentadas por esses profissionais no mercado de trabalho, além dos desafios sociais já conhecidos.
Com 546 mil empregados PCDs (Pessoas com Deficiência), mais da metade se encontra na informalidade. Este número é alarmante sobretudo quando comparado aos 38% de trabalhadores sem deficiência na mesma situação. A preservação e ampliação dos direitos conquistados pela Lei de Cotas são apontados como passos fundamentais para a mudança dessa realidade.
Qual é o impacto da Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência?
A Lei de Cotas exige que empresas com 100 ou mais funcionários reservem uma parte das vagas para pessoas com deficiência, além de fornecer dispositivos adaptados para suas atividades. Este mecanismo busca evitar discriminação nos processos seletivos e promover a inclusão. No entanto, a pesquisa mostra que ainda há muito a ser feito para garantir que esses direitos sejam plenamente exercidos.
Além disso, a pesquisa destaca que 42% dos PCDs que trabalham são negros, um índice baixo considerando que a maior incidência de deficiência se dá nesse perfil populacional. Esta estatística ressalta a necessidade urgente de políticas que também abordem a interseccionalidade entre deficiência e raça.
Como está a diversidade nas empresas brasileiras?
A diversidade nas empresas brasileiras tem tido avanços, mas a passos lentos. No caso das mulheres, por exemplo, houve um aumento na presença em empresas e cargos de liderança. Elas ocupam 15% dos assentos nos conselhos de administração, um aumento de 5,9% nos últimos 5 anos. Ainda assim, 61% das empresas listadas na B3 não têm mulheres em cargos de diretorias estatuárias e 37% não têm participação feminina no conselho de administração.
Quando o tema é a inclusão de pessoas com mais de 50 anos no mercado de trabalho, o cenário é igualmente desafiador. Segundo a pesquisa, “80% das empresas dizem não ter políticas específicas de contratação para essa população”. Isso é preocupante, especialmente considerando que a população brasileira está envelhecendo rapidamente.
Quais são as barreiras para a inclusão de trabalhadores acima de 50 anos?
A pandemia trouxe uma reflexão importante sobre o envelhecimento e os cuidados com a saúde, mas “existe falta de espaço para trabalhadores 50+ nas empresas”. A pesquisa ainda aponta que a forma como as empresas tratam seus consumidores maduros é muitas vezes estereotipada, o que reflete a necessidade de uma mudança cultural e institucional mais ampla.
Em conclusão, a inclusão no mercado de trabalho ainda enfrenta desafios gigantescos para pessoas com deficiência, mulheres e trabalhadores mais velhos. Apesar de alguns avanços, como o aumento da presença feminina em cargos de liderança, muitas práticas discriminatórias e falta de políticas inclusivas ainda prevalecem. Medidas efetivas e uma mudança de mentalidade são essenciais para transformar esse cenário.
- 31% menor remuneração para PCDs em comparação a outros trabalhadores
- Mais da metade dos PCDs empregados estão na informalidade
- 42% dos PCDs que trabalham são negros
- 61% das empresas listadas na B3 não têm mulheres em diretorias estatuárias
- 80% das empresas não têm políticas de contratação para pessoas acima de 50 anos
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