Pedro Guimarães: Caixa paga R$ 14 milhões em acordos
Banco pode ter que arcar com indenização recorde em processo de R$ 40 milhões movido por viúva de ex-diretor
A Caixa Econômica Federal foi condenada a pagar R$ 14 milhões em indenizações e acordos trabalhistas relacionados a casos de assédio moral e sexual durante a gestão de Pedro Guimarães, ex-presidente da instituição durante o governo Bolsonaro.
Os processos envolvem tanto funcionários que sofreram abusos quanto um caso de maior repercussão, no qual a viúva do ex-diretor de Controles Internos e Integridade, Sérgio Batista, pede R$ 40 milhões, alegando que o suicídio de seu marido, ocorrido em 2022 na sede da Caixa, foi resultado de pressões no ambiente de trabalho.
Além da cifra milionária já desembolsada, a Caixa fechou um acordo de R$ 10 milhões com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para encerrar investigações sobre os episódios de assédio moral e sexual.
Outras condenações incluem o pagamento de R$ 3,5 milhões em processo movido pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, referente a um episódio no qual Guimarães obrigou funcionários a fazer flexões. Em outro caso, um funcionário foi indenizado em R$ 52 mil por ter sido forçado a comer pimenta.
Rita Serrano, ex-presidente da Caixa, determinou que o banco cobrasse de Pedro Guimarães os valores pagos em multas e indenizações. Entretanto, ainda não se sabe se o atual presidente, Carlos Antônio Vieira Fernandes, dará continuidade a essa medida.
Enquanto as indenizações avançam na esfera trabalhista, as mulheres que acusam Pedro Guimarães de assédio sexual aguardam o andamento do processo criminal. A defesa de Guimarães nega todas as acusações, afirmando que “ele jamais praticou crimes” e critica a investigação conduzida pela Caixa, alegando falta de isenção.
A Caixa informou que reforçou suas políticas internas para combater o assédio e proteger denunciantes, mas o impacto na credibilidade e imagem da instituição continua difícil de ser calculado, já que os danos vão além dos valores financeiros.
Pedro Guimarães gerou constrangimento na época ao governo celular
Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, foi uma figura de grande proximidade com Jair Bolsonaro, tendo sido considerado um dos aliados mais próximos do ex-presidente. Essa relação, marcada por confiança e apoio mútuo.
Guimarães esteve ao lado de Bolsonaro desde o início de seu mandato, em 2019. Além disso, a proximidade entre ambos vinha de antes, já que Guimarães organizou viagens aos Estados Unidos para Bolsonaro antes mesmo da campanha presidencial de 2018, apresentando-o a investidores estrangeiros.
Durante o governo Bolsonaro, Guimarães participou de forma ativa, sendo presença constante em lives semanais e solenidades presidenciais. Ele também acompanhava o então presidente em eventos políticos, comícios e até em motociatas, reforçando o apoio incondicional ao projeto político de Bolsonaro. A relação era tão forte que, em 2022, o nome de Guimarães chegou a ser cogitado como possível candidato a vice na chapa de reeleição.
Guimarães afirmou ter realizado cerca de 100 viagens ao lado de Bolsonaro, e o ex-presidente costumava se referir a ele como um “amigo” e “excelente companhia”. Essa proximidade ajudou a construir sua imagem como alguém de extrema confiança dentro do governo.
O escândalo de assédio sexual que emergiu contra Pedro Guimarães em 2022 causou grande constrangimento ao governo, levando à sua saída do cargo. As denúncias abalaram não apenas sua reputação, mas também o governo de Bolsonaro, que precisou lidar com a repercussão negativa diante da relação próxima entre ambos.
O caso Pedro Guimarães tornou-se um dos maiores escândalos de assédio em instituições públicas do Brasil, resultando em processos milionários e forçando mudanças internas na Caixa Econômica Federal.
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