Paz no ninho tucano
As negociações com o MDB em torno da Terceira Via levaram o presidente do PSDB Bruno Araújo e tucanos mineiros como Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel quase ao rompimento. Agora as coisas se aquietaram, como mostra a foto acima, de um encontro entre os três na noite desta quinta-feira. Isso é bom para "centro democrático"...
As negociações com o MDB em torno da Terceira Via levaram o presidente do PSDB Bruno Araújo e tucanos mineiros como Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel quase ao rompimento. Agora as coisas se aquietaram, como mostra a foto acima, de um encontro entre os três na noite desta quinta-feira.
Isso é bom para “centro democrático”. Significa que o PSDB pode em breve anunciar apoio à senadora emedebista Simone Tebet como candidata ao Planalto. Depende de o MDB, em troca, apoiar os tucanos em estados como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pernambuco.
Aécio achava (e continua achando) que a melhor alternativa para a sua legenda seria uma candidatura própria. Seu nome para essa tarefa não era o ex-governador paulista João Doria, seu desafeto, mas o político derrotado nas prévias partidárias do ano passado, o ex-governador gaúcho Eduardo Leite. Aécio passou os últimos meses criticando tanto as pretensões de Doria quanto a possibilidade de seu partido firmar aliança com o MDB sem ocupar a cabeça de chapa.
Nesta semana, vários nós se desfizeram. Na segunda, Doria desistiu de concorrer à presidência. Na terça, a pré-candidatura de Tebet foi ratificada pela Executiva Nacional do MDB e ganhou a adesão do Cidadania, que está prestes a sacramentar uma federação com o PSDB. Finalmente, ficou claro que a insistência no “projeto Leite” teria um custo alto demais.
Primeiro, Doria só cedeu porque o partido lhe disse que não queria ter candidato próprio. Ele não teria aberto espaço para Leite, e poderia inclusive abrir uma guerra jurídica caso o gaúcho, de repente, o substituísse. Em segundo lugar, o PSDB ficaria com a fama de ter inviabilizado a Terceira Via se, depois de muita conversa sobre unificação do centro, usasse a derrota de Doria apenas para tirar do bolso do colete uma nova candidatura.
Mais importante, no entanto, é que Eduardo Leite descobriu ter ótimas condições de se reeleger no Rio Grande do Sul e passou a enxergar aí a melhor alternativa para o seu futuro político. Difícil Aécio se contrapor a isso.
A bola agora está com o MDB. A tarefa de Simone Tebet e Baleia Rossi, presidente do partido, é convencer seus correligionários a apoiar o PSDB nos estados. O maior desafio é justamente o Rio Grande do Sul, onde os emedebistas se orgulham de sempre terem concorrido ao governo.
Ninguém mais acredita que Eduardo Leite possa ser vice de Tebet, como chegou a ser cogitado. Outro tucano, o senador Tasso Jereissati, ainda é uma possibilidade para a vaga. Ele adora Tebet, mas tem diabetes e hesita muito em entrar na correria de uma campanha nacional.
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