O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social, não gostou das manchetes dos jornais desde a segunda-feira, 22, que divulgaram a cobrança do presidente Lula (PT) aos seus ministros. Segundo o chefe da pasta, anúncios feitos pelo o governo foram “secundarizados” pela imprensa.

“Tivemos ontem um ato muito significativo aqui no Palácio. O mais importante programa de crédito já anunciado na história do Brasil. Eu acho curioso que em um evento tão importante quanto o de ontem, e que foram feitos anúncios tão significativos, no momento que o presidente Lula fez uma brincadeira foi o que nós tivemos como manchete em boa parte da imprensa brasileira, mas não os anúncios”, disse Pimenta na abertura do café da manhã do chefe do Executivo com jornalistas no Palácio do Planalto nesta terça-feira, 23.

Na segunda, ao lançar um programa crédito para microempreendedores, o presidente Lula cobrou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) se envolvessem nas negociações com o Congresso Nacional. “Isso significa que o (vice-presidente) Alckmin tem que se mais ágil, tem que conversar mais. O Haddad, ao invés de ler um livro, tem que perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara“, disse Lula.

“Brincadeira”

De acordo com Paulo Pimenta, a falta de Lula foi uma “brincadeira com os ministros”. “Quem estava lá percebeu que se tratava de uma forma generosa e carinhosa. O presidente Lula normalmente faz com as pessoas que ele quer bem e ele fez uma brincadeira com Alckmin, com Haddad”, justificou o ministro da Secretaria de Comunicação Social.

Haddad também minimizou as cobranças de Lula por diálogo com o Congresso Nacional. “Eu só faço isso da vida”, disse o ministro na portaria do Ministério da Fazenda antes de seguir para o Palácio do Planalto para uma reunião com o presidente da República.

Nesta terça, o vice-presidente Geraldo Alckmin publicou mais um meme autodepreciativo para dizer tem conversado com parlamentares desde o início do governo. Em suas contas, foram 52 reuniões com um total de 75 deputados e senadores.