O Antagonista ouviu membros da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, que apontam o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) como o próximo presidente do colegiado, um dos mais relevantes da Câmara e cobiçados pela base governista.

O nome de Bilynskyj (PL-SP) no páreo para a sucessão do atual presidente da Comissão, Alberto Fraga (PL-DF), é resultado de um acordo com o União Brasil, que no último ano franqueou a presidência da Segurança Pública ao PL.

De olho no Comando da CCJ, o União, liderado por Elmar Nascimento (BA), deve continuar cedendo ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro a precedência para a indicação do presidente do colegiado.

Acordo por Bilynskyj (PL-SP)

Procurado por O Antagonista, Bilynskyj (PL-SP) confirmou a existência de um acordo para que ele ocupe a cadeira de presidente da Comissão. Ele afirma que os demais membros concordaram com sua indicação.

“Esse acordo foi feito no ano passado. […] Eu seria o presidente, mas como era ano eleitoral, foi feito o acordo para que o Fraga fosse o presidente [em 2024], e nesse ano, eu fosse, com o apoio do Eduardo [Bolsonaro] e o restante da Comissão”.

O Parlamentar afirmou também que os partidos voltarão a discutir o ordenamento dos presidentes de colegiados às vésperas das eleições para a Executiva do Congresso.

Se confirmada a entrega do comando da Comissão de Segurança Pública ao PL, Bilynskyj é nome de consenso para a legenda.

Anuência

A anuência do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, e do presidente de honra, Jair Bolsonaro também já foi confirmada.

O delegado de Polícia Civil deve enfrentar, por parte da base governista e do ‘centrão’, a mesma resistência que houve em torno dos nomes de Nikolas Ferreira (PL-MG) para a Comissão de Educação, e Caroline de Toni (PL-SC) para a CCJ, em 2024. Bilynskyj protagonizou diversos embates com ministros de Lula ao longo de oitivas em 2024.

Perguntado sobre a estratégia para superar eventuais entraves, Bilynskyj afirma que a questão ainda não foi discutida pelo PL.

Prioridades

Com a aproximação das eleições para a mesa diretora da Câmara dos Deputados, o PL dará prioridade nas articulações pelo comando da Segurança Pública.

Interlocutores do partido dizem que a estratégia é ampliar o canal de comunicação da legenda com o Ministério da Justiça e a Polícia Federal.

“Esse é o acordo dentro do PL. Se [o partido] pegar a Comissão de Segurança Pública, aí nós ficamos com a presidência”, disse o deputado.

E acrescentou: “Como delegado de polícia e com uma atuação de mais de década na Segurança Pública, é natural que meu nome seja cogitado para o cargo”.