Parecer do MP aponta fragilidade na investigação sobre Gusttavo Lima
Integrantes do Grupo de Inteligência do Ministério Público (Gaeco) confrontam argumentos da Polícia Civil para pedir medidas contra o cantor
Parecer de integrantes do Grupo de Inteligência do Ministério Público (Gaeco) de Pernambuco aponta insuficiência e fragilidade de provas colhidas pela Polícia Civil para acusar o cantor Gusttavo Lima.
Gusttavo Lima é investigado por envolvimento com um suposto esquema de lavagem de dinheiro da empresa de apostas esportivas Esportes da Sorte. Em setembro, a Justiça de primeira instância determinou a prisão do cantor após suspeitas de que ele teria dado “guarida a foragidos da justiça”, mais precisamente a José André Neto e Aislla Henriques em uma viagem para a Grécia no início deste mês.
André Neto é dono da casa de apostas Vai de Bet; Aislla é sua mulher e sócia. Depois, o Tribunal de Justiça revogou a prisão do cantor.
No parecer, os promotores argumentam que não há provas de que os recursos apreendidos em posse do cantor durante a operação Integration -112 mil reais, mais 5,7 mil euros, 5,9 mil libras e mil dólares (tudo em espécie) – seja fruto de atividades ilícitas.
“A mera apreensão desses valores no cofre da empresa, desprovida de informações que indiquem sua origem, não implica na conclusão de que são provenientes de jogos ilegais da Esportes Entretenimento Promoção de Eventos e da Pix Soluções Tecnológicas”, diz o parecer do MP.
Outra questão pontuada pelos integrantes do MP tem relação com o recebimento de R$ 9,7 milhões pelas empresas do cantor.
“No que diz respeito ao recebimento dos valores de R$ 4.947.400,00 e R$ 4.819.200,00, provenientes da empresa HSF Entretenimento e Promoção de Eventos Eireli (Esportes da Sorte), no próprio relatório conclusivo da investigação, reconhece-se que decorrem da compra da Aeronave Cessna Aircraft, modelo 560XLS, matrícula PR-TEN”, declaram os promotores.
Em manifestação encaminhada a O Antagonista, a defesa do cantor afirma o seguinte:
“A defesa do cantor Gusttavo Lima informa que o parecer emitido pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco sobre a operação Integration reflete a convicção de que o artista e suas empresas não cometeram nenhum crime de lavagem de dinheiro, organização criminosa e exploração de jogos ilegais.
Reflete também que todas as operações comerciais realizadas com as empresas envolvidas na investigação foram pautadas por contratos e comprovantes bancários, e que o valor apreendido no cofre da Balada Eventos não pode ser atribuído a exploração de jogos ilegais ou qualquer outro crime. Cabe ressaltar que a defesa do cantor já havia enviado à Justiça extratos bancários que comprovam que os valores são fruto de saques da própria conta corrente da empresa“
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