Ramagem avança, mas Paes pode vencer no Rio em primeiro turno
Deputado federal aliado de Jair Bolsonaro ganhou terreno na reta final da campanha ao tentar trazer para a capital a polarização contra Lula
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), tem grandes chances de vencer em primeiro turno neste domingo, 6, ser reeleito novamente e comandar pela quarta-vez a capital fluminense. Mas Alexandre Ramagem ainda chances de surpreender Paes. Ainda que pequenas.
Segundo pesquisa Quaest deste sábado, em relação aos votos válidos (aqueles sem contar nulos, brancos e indecisos), Paes teria 61% das intenções de votos contra 29% de Alexandre Ramagem (PL), 6% de Tarcísio Motta (PSOL) e 2% de Marcelo Querioz (PP). No Datafolha, a margem de Paes para os demais é semelhante.
Ao longo da campanha, a campanha de Paes adotou um tom de zeladoria focando em temas da comunidade, como asfalto, atendimento em postos de saúde, entre outras questões que são de atribuição típica de um gestor municipal.
Seu principal adversário, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), por sua vez, tentou nacionalizar ao máximo o debate público no Rio de Janeiro. Ramagem se colocou como o homem que vai resolver, de uma vez por todas, os problemas da segurança pública na capital fluminense, explorou o quanto pôde o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e tentou ao máximo vincular Paes ao presidente Lula
A ânsia de Ramagem de tentar herdar o espólio político do ex-presidente acabou causando um momento de tensão com o próprio governador carioca, Cláudio Castro. No debate da TV Globo, Ramagem chamou a gestão de Castro de “medíocre”.
Fala de Ramagem sobre Castro causou fissura no grupo do ex-presidente
A fala ocorreu durante a tentativa de Paes vincular a imagem de Ramagem ao do governador do estado.
“Eu não tenho padrinho Cláudio Castro. Minha liderança política se chama Jair Bolsonaro [ex-presidente], ele quem tem a confiança em mim, ele que me escolheu. Castro soube pela imprensa da minha indicação à prefeitura do Rio de Janeiro”, disse o delegado e candidato. “Quando a gente olha para a gestão de Cláudio Castro, é uma gestão medíocre. Tem muito a se fazer”, acrescentou.
A fala, obviamente, não caiu bem junto ao governador do Estado. O senador Flávio Bolsonaro (PL) foi cobrado por ela justamente em um momento em que Castro tentou se realinhar ao bolsonarismo em seu berço eleitoral.
Um bonachão entre os bolsonaristas
Para tentar ganhar a simpatia do eleitor fluminense, Ramagem contou com reforço de deputados federais e do ex-ministro da Saúde de Bolsonaro Eduardo Pazuello. A Paes coube manter o estilo bonachão e bom moço, adotado ao longo dos últimos anos como prefeito.
“Estamos prontos para enfrentar o atual prefeito no segundo turno e virarmos esse jogo. O Rio de Janeiro sempre esteve do lado do presidente Bolsonaro, mostrando que está cansado de tanta desordem e insegurança na nossa cidade”, declarou Pazuello.
Coincidência, ou não, Ramagem ganhou espaço nos últimos dez dias de campanha e agora Paes, que tinha uma campanha relativamente tranquila, foi assombrado com o fantasma do segundo turno, o que seria uma derrota – ainda que temporária – para o aliado de Gilberto Kassab.
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