Padilha e Pimenta viram bodes expiatórios do PT após derrotas
O PT elegeu apenas 252 prefeitos e só conquistou uma capital, Fortaleza, número bem inferior aos obtidos por MDB e pelo PSD de Kassab
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o ministro da Secom, Paulo Pimenta, foram considerados dois dos principais responsáveis pelas derrotas do PT nas eleições de 2024 durante reunião realizada nesta segunda-feira, 28, entre integrantes da bancada federal da Câmara e membros da Executiva Nacional da sigla.
Segundo o que apurou O Antagonista, a avaliação de ambos é de que Padilha, como articulador político, privilegiou em demasia a distribuição de recursos a parlamentares de partidos do Centrão, mas sem qualquer garantia de fidelidade ao governo Lula de partidos como o PSD, MDB e, principalmente, União Brasil.
Na avaliação dos petistas, Lula não pode ser responsabilizado pelas derrotas do partido. Para eles, a distribuição de recursos por meio de instrumentos como o orçamento secreto ou as emendas de transferência especial (as chamadas emendas pix) desequilibrou o pleito no atacado, principalmente em cidades de pequeno porte.
Nestas eleições de 2024, o PSD terminou o pleito com 887 prefeituras seguido por MDB com 856 prefeituras. O PT elegeu apenas 252 prefeitos e conquistou apenas uma capital: Fortaleza.
As críticas públicas de Gleisi a Padilha
Instantes após a reunião, Gleisi Hoffmann, presidente da Executiva Nacional da sigla, fez uma postagem criticando o ministro de Relações Institucionais. “Pagamos o preço, como partido, de estar num governo de ampla coalizão”, disse Gleisi. “Padilha devia focar nas articulações políticas do governo, de sua responsabilidade, que ajudaram a chegar a esses resultados”, acrescentou ela pelas redes sociais.
Em relação ao ministro da Secom, sobraram críticas sobre a divulgação das ações do governo federal, consideradas pouco eficazes. Na avaliação dos petistas, conforme apurou este portal, Pimenta não conseguiu fazer com que as ações do governo federal chegassem à ponta, principalmente em cidades importantes e capitais brasileiras em que a sigla chegou em condições competitivas no segundo turno.
Oficialmente, no entanto, o partido evitou apontar culpados pelas derrotas em 2024.
O secretário nacional de Comunicação do partido, Jilmar Tatto, por exemplo, disse que a reunião foi bastante produtiva. “A reunião foi muito positiva, o partido, com esse primeiro balanço, começa a delinear o caminho de fortalecimento para o processo de disputa política em 2026”, afirmou o secretário Nacional de Comunicação da sigla.
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