Pacheco defende apuração sobre ida de Bolsonaro a embaixada
Presidente do Senado disse que a ida do ex-presidente à embaixada da Hungria não é um indicativo de fuga ou de um crime
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta segunda-feira, 25, que a ida do ex-presidente Jair Bolsonaro à embaixada da Hungria, em Brasília, não é um indicativo de fuga ou de um crime. O parlamentar defendeu, porém, que o fato seja apurado pelas autoridades responsáveis.
“Não cabe a mim fazer ilação em relação às circunstâncias pelas quais houve esse movimento do ex-presidente. Cabe a ele esclarecer, o advogado dele, e as autoridades públicas fazerem a apuração em relação a isso. E se isso tem um significado para uma investigação, ele vai ser apurado pelas autoridades, e, na minha parte, com o poder Legislativo, poder fazer um exame de prova, uma valoração de circunstâncias”, afirmou o presidente do Senado.
Como mostrou o jornal americano The New York Times, Bolsonaro passou dois dias na embaixada da Hungria após ter seu passaporte apreendido durante uma operação em que apurava uma tentativa de golpe de Estado. Após a divulgação dos vídeos, a Polícia Federal abriu investigação para apurar quais eram as intenções do ex-presidente.
Vídeos das câmeras de segurança da embaixada obtidos pelo jornal norte-americano mostram Bolsonaro acompanhado de dois seguranças sendo recebido pelo embaixador húngaro, Miklós Halmai.
Alvo de investigações criminais, o ex-presidente não poderia ser preso estando numa embaixada estrangeira, uma vez que a área está legalmente fora do alcance das autoridades nacionais.
Segundo o The New York Times, a estadia no local sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade com um colega líder de extrema direita, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban”.
Durante uma visita à Hungria, em 2022, Bolsonaro chamou Orbán de seu “irmão”.
Segundo investigadores, é prematuro dizer que o ex-presidente estava tentando fugir das autoridades, mas é preciso esclarecer a motivação de ele ter permanecido na embaixada de 12 a 14 de fevereiro, além de confirmar a veracidades das informações.
A defesa de Bolsonaro disse em nota que o ex-presidente esteve na embaixada“atualizando os cenários políticos das duas nações” e conversando com várias autoridades húngaras.
“O ex-presidente da República Jair Bolsonaro passou dois dias hospedado na embaixada da Hungria em Brasília para manter contatos com autoridades do país amigo. Como é do conhecimento público, o ex-mandatário do país mantém um bom relacionamento com o premier húngaro, com quem se encontrou recentemente na posse do presidente Javier Milei, em Buenos Aires“, afirmaram os advogados de Bolsonaro.
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