Overclean: operador atuou fora da Bahia?
Documentos relacionam pagamentos intermediados por Carlos André Coelho a contratos estimados em 170 milhões com cidades de São Paulo, Maranhão, Pará e Piauí
Documentos encontrados pela Polícia Federal relacionam pagamentos intermediados por Carlos André Coelho, investigado na Operação Overclean, a contratos estimados em 170 milhões com cidades de São Paulo, Maranhão, Pará e Piauí, registrou o Metrópoles.
Segundo o portal, o material foi apreendido em um avião que transportava a quantia de 1,5 milhão de reais, apontada pela PF como suposta propina.
A informação baseou o pedido da prisão de Carlos André Coelho, ex-prefeito de Santa Cruz da Vitória, na Bahia, deflagrada em 23 de dezembro de 2024, durante a segunda fase da Overclean.
O “importante papel” do operador no esquema investigado
A Polícia Federal indica que o operador desempenhou um “importante papel” no esquema criminoso em análise, atuando como responsável por contratos em múltiplas regiões do Brasil.
A investigação aponta que ele teria influência sobre decisões administrativas em órgãos públicos que beneficiariam os irmãos Alex e Fabio Parente, identificados como os líderes da organização criminosa, que conta ainda com o apoio político do empresário José Marcos de Moura, o “Rei do Lixo” na Bahia.
Com o dinheiro e documentos, foram encontradas planilhas que indicam valores, entidades envolvidas e potenciais contratos vinculados aos estados de São Paulo, Maranhão, Pará e Piauí.
A sigla “CA” aparece associada a Carlos André, sugerindo sua responsabilidade pelos ajustes que totalizam 170 milhões de reais.
Quais são os contratos?
No entanto, os detalhes dos contratos nos quais Carlos André teria atuado não foram especificados pela PF.
Além disso, investigações revelaram conversas via aplicativo de mensagens nas quais Carlos André solicitou depósitos significativos em contas de terceiros. Muitos desses depósitos eram realizados pela empresa BRA Teles Ltda. ME, que a PF classifica como uma empresa de fachada.
As contas dessa empresa estariam sendo utilizadas predominantemente pelos irmãos Parente para o pagamento de propinas a servidores quando o transporte físico do dinheiro não é viável.
Carlos André também foi mencionado em comunicações com outros envolvidos na operação em que discutia “encomendas” a serem entregues em sua residência pessoalmente para evitar rastros, incluindo referências à entrega de “robalos”.
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