Os prejuízos no Amazonas causados pela seca
A seca de 2024 no Amazonas é a pior já registrada. Danos econômicos passam de R$ 620 milhões. Rios Solimões e Negro atingiram níveis críticos. Governo atua com medidas emergenciais.
A seca de 2024 no estado do Amazonas é agora considerada a mais severa já registrada, com implicações econômicas e sociais sem precedentes. Dados exclusivos da Defesa Civil mostram que seus efeitos superaram a estiagem de 2023, que já era classificada como a pior da história recente. Aproximadamente 770 mil pessoas foram afetadas, levando todas as cidades a declarar estado de emergência.
Os prejuízos financeiros continuam crescendo drasticamente. Enquanto em 2023 os danos somaram cerca de R$ 472 milhões, em 2024 já ultrapassaram R$ 620 milhões. Este aumento é consequência da continuidade e da gravidade da seca, afetando os setores da agricultura, comércio, indústria e serviços essenciais, além de causar severos danos à infraestrutura pública.
Principais Rios Severamente Atingidos
O cenário hidrológico é crítico em muitos dos principais rios do estado. As calhas dos rios Alto, Médio e Baixo Solimões, além dos rios Médio e Baixo Amazonas, Madeira, Purus e Rio Negro, estão alarmantes. Estações fluviométricas em Tabatinga, Fonte Boa e Manacapuru registram níveis historicamente baixos.
Especificamente, o Rio Negro alcançou a marca de 12,66 metros, colocando Manaus em um estado de seca recorde pelo segundo ano consecutivo. No Alto Solimões, em Tabatinga, o Rio Solimões exibe uma profundidade crítica de -1,99 metros. Cidades como Coari, Parintins e Itacoatiara também sofrem com níveis muito baixos dos rios, prejudicando transporte e logística.
Medidas Emergenciais do Governo
Desde o começo de 2024, o governo do Amazonas implementou ações emergenciais para mitigar os efeitos da seca. Foram enviadas mais de 202,1 toneladas de medicamentos e suprimentos para os municípios mais afetados. A instalação de 36 purificadores de água, especialmente no Alto Solimões, e o envio de 700 caixas d’água visam assegurar o acesso a água potável.
Para cidades como Eirunepé, Canutama e Ipixuna, foram enviados 92 cilindros de oxigênio. Uma usina de oxigênio foi estabelecida em Envira para suprir as necessidades urgentes dos moradores. A distribuição de medicamentos e insumos totaliza 8,9 mil unidades para sustentar a saúde pública.
Resiliência da População Frente à Crise
Os habitantes das regiões mais afetadas, como nas margens do Rio Madeira, demonstram uma resiliência notável diante das dificuldades. Ribeirinhos, por exemplo, carregam galões de água através de bancos de areia para abastecer suas comunidades, destacando a urgência em resolver a crise hídrica estadual.
A colaboração entre o governo, organizações e a comunidade é essencial para superar este período difícil. Parcerias que promovam o uso eficiente dos recursos hídricos e medidas para preservar o meio ambiente são mais urgentes do que nunca.
Com uma combinação de ações governamentais e esforços comunitários, a esperança é de que o impacto desta seca histórica seja minimizado, restabelecendo a normalidade o mais rápido possível. Esta crise não apenas desafia a economia e a sociedade, mas também sublinha a fragilidade ambiental e a necessidade de uma gestão sustentável dos recursos naturais.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)