Os mergulhadores do PCC
Para driblar as autoridades, o Primeiro Comando da Capital (PCC) tem utilizado mergulhadores para esconder cocaína na parte submersa dos cascos de navios cargueiros que deixam o país rumo a África e Europa. Ao Estadão, o presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, afirmou que “hoje a principal forma utilizada pelos traficantes é a...
Para driblar as autoridades, o Primeiro Comando da Capital (PCC) tem utilizado mergulhadores para esconder cocaína na parte submersa dos cascos de navios cargueiros que deixam o país rumo a África e Europa.
Ao Estadão, o presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, afirmou que “hoje a principal forma utilizada pelos traficantes é a de fixar a droga no casco do navio”.
O tráfico de drogas via contêineres tem mais riscos, já que eles são escaneados assim que chegam aos terminais.
Segundo o jornal, a droga é levada aos navios por pequenas lanchas à noite ou por mergulhadores, que saem de áreas de mata ou de embarcações afastadas.
Apreensões em cascos de navios
No início de 2023, uma ação conjunta de Polícia Federal (PF), Receita e Marinha apreendeu cerca de 290 quilos de cocaína no casco de um navio carregado de celulose. O barco, que estava ancorado no Porto de Santos quando foi vistoriado, ia para o Porto de Martas, na Turquia.
Um balanço realizado pela Marinha mostrou que 1,68 tonelada de cocaína foi apreendida em cascos de navios no Porto de Santos em 2023. Em 2020, foram 483 quilos.
Dados da Alfândega de Santos obtidos pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP mostram que, em 2020, a proporção de droga achada em cascos de navios era de 2,3% do total apreendido. Em 2023, foram 13,5% só até agosto.
Tudo dominado (por PCC e CV)
Um levantamento realizado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública apontou a existência de 70 facções criminosas no sistema carcerário brasileiro. As principais —Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV)— atuam em 24 estados e no Distrito Federal.
Em 2023, o CV estava presente em presídios de 21 estados, seis a mais do que em 2022. Já o PCC estava em 23 estados, dois a mais do que no ano anterior.
Com dados da Rede Nacional de Inteligência Penitenciária, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) mapeou o poder das facções criminosas, identificando 21 delas como de alto impacto. Esse cálculo considera fatores como a atuação de advogados, a força financeira, a estrutura hierárquica, a quantidade de aliados e inimigos dentro do sistema prisional.
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