Os inquéritos que preocupam Bolsonaro
Entre as investigações que preocupam Jair Bolsonaro está a que foi aberta nesta semana por Alexandre de Moraes no Supremo, a pedido de Augusto Aras, para apurar a organização dos protestos contra o Congresso e o próprio STF ocorridos no último domingo...
Entre as investigações que preocupam Jair Bolsonaro está a que foi aberta nesta semana por Alexandre de Moraes no Supremo, a pedido de Augusto Aras, para apurar a organização dos protestos contra o Congresso e o próprio STF ocorridos no último domingo.
Hoje, ao deixar o governo, Sergio Moro disse que Bolsonaro quer nomear um diretor-geral da Polícia Federal para quem possa ligar e obter informações sigilosas e de inteligência. As revelações também farão parte agora de um novo inquérito pedido por Aras ao STF.
Na investigação sobre o protesto, apesar de o procurador-geral não ter pedido a investigação do presidente — que participou do ato em Brasília, com discurso em frente ao Exército — por considerar que ainda não há indícios de que tenha colaborado, a condução do caso por Moraes pode avançar sobre a rede bolsonarista ligada aos filhos de Bolsonaro.
Isso porque, desde o ano passado, o ministro é quem conduz o inquérito sigiloso aberto por Dias Toffoli para investigar ofensas e ameaças aos ministros do STF, que miram sobretudo a chamada milícia virtual bolsonarista que atua nas redes sociais.
O material colhido nesta investigação poderá ser compartilhado no novo inquérito. E é provável que a apuração alcance Eduardo e Carlos Bolsonaro, principalmente porque Moraes também tem se valido dos depoimentos tomados na CPI das Fake News no Congresso.
Na comissão, deputados de oposição ou que romperam com Bolsonaro já coletaram dados das redes e dos movimentos de rua do bolsonarismo e têm remetido suas descobertas para Moraes. Com base na CPI, o ministro já mandou fazer busca a apreensão sobre apoiadores do presidente.
Também preocupa Bolsonaro o avanço de duas investigações sobre Flávio Bolsonaro — a primeira sobre a suspeita de rachadinha na Alerj; e outra sobre possível prática de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica na negociação de imóveis.
No final do ano passado, o Supremo autorizou a retomada da primeira investigação com base nas informações coletadas pelo Coaf que apontaram transações suspeitas de R$ 1,2 milhão de Fabrício Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
Apesar de a investigação ser tocada no Rio de Janeiro, a defesa ainda tenta paralisar as investigações nos tribunais superiores de Brasília.
No MP-RJ, Flávio Bolsonaro também é suspeito de injetar recursos ilícitos e não declarados num total de R$ 2,27 milhões na compra de imóveis e em sua loja de chocolates. A PF concluiu não haver crime, mas os promotores do Rio ainda querem denunciá-lo.
Hoje, ao se pronunciar sobre a saía de Moro, Bolsonaro também revelou a preocupação com a investigação sobre a morte de Marielle Franco, uma vez que seu filho caçula, Jair Renan, o 04, teria namorado a filha de Ronnie Lessa, ex-PM acusado de executar a vereadora.
Por fim, ainda correm casos no Supremo que podem atingir duramente aliados próximos de Bolsonaro. Uma investigação é contra o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), suspeito de receber R$ 5,5 milhões em obras públicas no Nordeste.
Arthur Lira (PP-AL), de quem agora o presidente se aproxima, já é réu em duas ações penais no Supremo, por corrupção e organização criminosa.
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