Os criminosos das enchentes do Rio Grande do Sul
Até o momento, 112 criminosos foram presos desde o início das enchentes, que já deixaram 154 mortos no território gaúcho
Mesmo com a presença de mais de 27.700 policiais e bombeiros em todo o estado do Rio Grande do Sul, a população ainda enfrenta sérios problemas de segurança nos abrigos e ruas. Oportunistas têm se aproveitado da situação de calamidade pública causada pelas enchentes para cometer furtos em residências e estabelecimentos comerciais abandonados, além de praticar crimes dentro dos abrigos destinados à população desalojada.
Até o momento, 112 pessoas foram presas desde o início das enchentes, que já deixaram 154 mortos no território gaúcho, disse o secretário de Segurança Pública, Sandro Caron, em entrevista a O Globo.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS), dos detidos, 43 foram capturados por furto e os demais por saques, tráfico de drogas e posse ilegal de armas. Além disso, 41 pessoas foram presas em abrigos, sendo 13 por importunação sexual.
O secretário Sandro Caron explicou que nos primeiros dias as operações de resgate eram prioritárias para salvar vidas, mas a partir do quarto dia as demandas de salvamento diminuíram e os bombeiros assumiram essa responsabilidade. As polícias foram então designadas para realizar patrulhas nos abrigos e nas ruas. Segundo Caron, a situação está sob controle desde o início e todas as forças policiais estão nas ruas.
Furtos e saques
A comerciante Marinez Silva e seu marido são proprietários de cinco lojas no estado, sendo que quatro delas foram inundadas pelas chuvas e todos os produtos foram perdidos. No entanto, na loja principal em Arroio do Meio, o prejuízo de R$ 2 milhões não foi causado pela água, mas sim pelos furtos.
Marinez relatou, ao jornal carioca, que cerca de 20 mil itens foram levados da loja de 7 mil metros quadrados. Ela destaca que muitos dos ladrões são rostos conhecidos, clientes habituais da loja. Além disso, Marinez revelou que não recebeu nenhuma ajuda das autoridades locais, que alegam estar sobrecarregadas e sem estrutura para auxiliar.
O secretário Sandro Caron considera esses casos isolados e garante que a situação está sob controle, mas não parece. Ele ainda enfatiza que as forças policiais estão nas ruas 24 horas por dia e pede à população para não se preocupar com a segurança.
Patrulhamento por embarcações
Caron explicou as medidas tomadas para evitar a expansão da criminalidade no estado. As ruas de Eldorado do Sul, Canoas e Porto Alegre, onde antes os carros oficiais circulavam, agora são patrulhadas por embarcações. Além disso, mais 260 policiais civis aposentados foram chamados para reforçar o contingente, através do Programa Mais Efetivo. Nos abrigos com maior número de pessoas, os agentes permanecem o dia todo, enquanto nos abrigos com menor demanda são realizadas patrulhas em horários específicos.
Outra medida para auxiliar as vítimas foi a criação de um campo específico para o registro de crimes nas enchentes na plataforma digital da Polícia Civil. Isso visa fornecer um suporte específico para aqueles que foram afetados pela tragédia.
Segundo a SSP-RS, durante o período de 1 a 16 de maio de 2024, em comparação com o ano anterior, quando o estado não estava enfrentando as enchentes, houve uma redução significativa no número de crimes de roubo e homicídios dolosos, isso é meio que obvio, já que há um ano a cidade não estava debaixo d’água.
Depósito com produtos roubados
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul localizou na zona norte de Porto Alegre um depósito com produtos roubados de residências e comércios em meio à tragédia no estado.
Vários objetos furtados foram recuperados. Segundo a polícia, ainda não se sabe os verdadeiros donos dos produtos ou os responsáveis pelos roubos.
Até a última quinta-feira, a Brigada Militar do Rio Grande do Sul já havia prendido 38 pessoas por saques na região metropolitana de Porto Alegre.
O secretário estadual da Segurança Pública, Sandro Caron, disse nesta semana que as autoridades prenderão todos os que praticarem atos de criminalidade.
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