Órgãos infectados por HIV: técnica que assinou laudo se entrega
Conselhos de Biomedicina e Farmácia apontaram que Jacqueline Iris Bacellar não tinha registro profissional
A funcionária do laboratório PCS Lab Saleme Jacqueline Iris Bacellar, de 36 anos, responsável por assinar um dos laudos que atestaram que um dos doadores de órgãos não tinha HIV, se entregou à polícia do Rio de Janeiro na tarde desta terça-feira, 15.
Ela é uma das pessoas que são alvos de mandados de prisão, em meio às investigações sobre o caso em que seis pacientes testaram positivo para a doença após receberem órgãos infectados na fila de transplante da Secretaria de Saúde do Rio.
Jacqueline trabalhava como auxiliar administrativa no PCS Lab Saleme e se apresentava como técnica em patologia clínica. Foi ela quem assinou um dos lados atestando que os doadores não tinham HIV.
O PCS Lab Saleme informou ao G1 que a técnica enviou à empresa o certificado de biomédica e a carteira profissional com habilitação em patologia clínica. A Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera afirmou que não reconhece o diploma encaminhado por ela.
Operação ‘Verum’
A Polícia Civil do Rio deflagrou, na última segunda-feira, 14, a Operação Verum tendo como alvo quatro pessoas no âmbito da investigação sobre transplantes de órgãos infectados. Uma delas era Jacqueline.
Apontado pelo governo do Rio como um dos responsáveis pelo erro, o sócio do laboratório, Walter Vieira, é tio do ex-secretário de Estado de Saúde e deputado federal, Dr.Luizinho (PP). Walter assinou um dos laudos com falso negativo para HIV.
A empresa PCS Lab Saleme foi contratada pela Fundação Saúde, durante a gestão de Dr.Luizinho, entre janeiro a setembro de 2023. O parlamentar ainda não é alvo de inquérito da Polícia Civil.
Castro defende ex-secretário de saúde
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) garantiu que o parlamentar não interferiu na escolha do PCS Lab Saleme empresa responsável pela falha nos testes. Em agenda nesta terça-feira, 15, Castro disse que o primeiro contrato assinado com a PCS foi em 2021, em um pregão com participação de outros concorrentes.
Ao contrário do que diz Castro, a secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro pretendia continuar com o processo de renovação do contrato com o laboratório PCS LAB Saleme. Documentos obtidos pelo jornal O Globo revelaram que haveria um reajuste nos contratos, que são alvos de investigação do Ministério Público, da Polícia Federal e da Polícia Civil.
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