Oposição quer convocar Mauro Vieira após omissão do Brasil sobre farsa de Maduro
Líder da oposição quer ouvir ministro de Relações Exteriores para, segundo ele, 'explicar o inexplicável'
O líder da oposição no Senado, Ciro Nogueira (PP-PI), foi ao X (antigo Twitter) afirmar que vai pedir a convocação do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, após a omissão do Brasil sobre farsa eleitoral da Venezuela.
Apesar do pleito ter ocorrido domingo, o país ainda não manifestou uma posição clara quanto ao resultado do pleito supostamente vencido por Nicolás Maduro.
“Diante da omissão, do silêncio, da conivência e da falta de reação perante o novo golpe perpetrado por Maduro em sua ditadura na Venezuela, vamos propor a convocação do ministro das Relações Exteriores no Senado com urgência. Para tentar explicar o inexplicável”, disse Ciro Nogueira.
E a farsa eleitoral na Venezuela?
Nicolás Maduro foi oficialmente proclamado presidente da Venezuela na segunda-feira, 29 de julho, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo ditador chavista.
Durante o seu discurso à CNE, afastando as críticas da oposição e da comunidade internacional, Maduro denunciou uma tentativa de impor um “golpe fascista e contra-revolucionário na Venezuela”.
Na véspera, Elvis Amoroso tinha denunciado um “ataque ao sistema de transmissão de dados que atrasou” a contagem. As contagens por sessão eleitoral solicitadas pela oposição ainda não estão disponíveis. Na segunda-feira, o Ministério Público acusou sem provas a líder da oposição Maria Corina Machado e mais duas pessoas de estarem por trás de um ataque hacker ao sistema de contagem de Votos.
A Venezuela também anunciou que suspenderia os voos com o Panamá e a República Dominicana, denunciando “ações de interferência” destes governos e expulsou embaixadores de sete países latino-americanos.
Quem referenda a fraude de Maduro?
Maduro recebeu o apoio da Rússia e da China, bem como dos seus outros aliados habituais – Cuba, Nicarágua, Honduras e Bolívia. No Brasil, o Partido dos Trabalhadores não tardou a declarar apoio explícito a Maduro e reconhecer a sua “vitória.” O Itamaraty falou em “eleições pacíficas” e se mantém em posição de cumplicidade ambígua.
Nove países latino-americanos (Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai) apelaram numa declaração conjunta na segunda-feira, 29 de Julho, a uma “revisão completa com a presença de observadores eleitorais independentes”.
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