Oposição ‘grita’, mas não pede impeachment de Moraes
Marcos Rogério (PL-RO), líder da oposição no Senado, registou pedido por "normalidade democrática", mas não citou "impeachment"
O líder da oposição no Senado, senador Marcos Rogério (PL-RO), acompanhado por deputados e senadores durante coletiva de imprensa no Salão Azul do Senado Federal, fez a leitura de um manifesto contra as ações do ministro Alexandre de Moraes, que convoca a população para o ato agendado para o 7 de setembro, na avenida paulista, mas o encaminhamento do discurso, que foi disponibilizado para a imprensa, não pede o impeachment do magistrado.
Eis a lista de reivindicações elencadas no manifesto: “Convocamos todos os brasileiros a se unirem em um ato pacífico no dia 7 de setembro, para reivindicarmos o retorno à normalidade democrática. Defendemos o imediato arquivamento dos inquéritos iniciados há mais de cinco anos, a retomada da liberdade de expressão e de imprensa, a anistia aos perseguidos políticos e a instalação da CPI do abuso de autoridade na Câmara dos
Deputados“.
A palavra “impeachment” não consta em qualquer parte do texto lido e compartilhado aos canais de jornalismo.
Bastidor de “temores”
Apesar dos discursos que se repetiram durante a coletiva em oposição ao ministro e das pressões sobre o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pela votação do s pedidos de impeachment protocolados no Senado, não consta no documento o registro de que a manifestação agendada para o próximo sábado, 7, na avenida paulista terá como mote a reivindicação pela “queda” de Moraes.
Mesmo com as convocações para pressionar pelo impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, a expectativa é que os discursos durante os atos de 7 de setembro, na avenida Paulista, sejam moderados e focados em questões “em favor do Estado Democrático de Direito”.
Conforme apurou O Antagonista, há receios de que Moraes estabeleça novas sanções contra alguns dos líderes da manifestação como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o pastor Evangélico Silas Malafaia. Bolsonaro, por exemplo, é investigado pelo próprio Moraes no inquérito dos atos antidemocráticos.
O próprio Bolsonaro deu o mote da suavização desses discursos ao afirmar, em entrevista ao canal Auriverde Brasil.
“Peço a Deus que toque o coração dos 11 ministros e os 11 ministros busquem uma alternativa entre vocês. É humilhante falar em impeachment, eu sei disso. Cassar um ministro não é bom. Agora, esse ministro, por favor, abaixe um pouquinho a guarda, tire esse coração de maldade da tua frente”, declarou o ex-presidente da República.
Nesta semana, conforme apurou este site, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), sugeriu que o mote das manifestações fosse a anistia aos presos do 8 de janeiro. Esse será um dos temas a serem abordados na manifestação do final de semana, ainda que de forma marginal.
Além disso, serão proibidas as falas de candidatos a prefeito durante os atos. A medida visa evitar que o ato seja utilizado como palanque eleitoral para personagens como Nunes e Pablo Marçal (PRTB). Os dois confirmaram que estarão na paulista ao lado de Bolsonaro.
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