Operação Torniquete desarticula o Comando Vermelho
A Operação Torniquete, realizada pelas forças policiais do Rio de Janeiro, visa desarticular o núcleo financeiro do Comando Vermelho
No dia 15 de janeiro de 2025, as forças policiais do Rio de Janeiro, em uma ação conjunta das polícias Civil e Militar, realizaram uma operação no Complexo do Alemão. A iniciativa, conhecida como Operação Torniquete, visa desmantelar o núcleo financeiro do Comando Vermelho, uma das facções criminosas mais influentes do estado. A operação tem como foco a captura de indivíduos ligados à gestão financeira do grupo, nomeadamente os familiares e operadores responsáveis pelo chamado “Caixinha do CV”.
Durante a operação, as autoridades cumpriram 14 mandados de prisão em diferentes localidades do Rio de Janeiro. Os alvos principais são pessoas envolvidas em um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, acusado de movimentar milhões de reais a partir de atividades ilícitas. Até agora, seis indivíduos foram presos como resultado desta ação.
Quais são os objetivos da Operação Torniquete?
A Operação Torniquete busca, sobretudo, estrangular financeiramente o Comando Vermelho, uma facção criminosa com ampla atuação no tráfico de drogas. O foco é a desarticulação de seu sistema financeiro, um fundo complexo gerenciado por taxas coletadas de diversos líderes de tráfico nas comunidades. Esses líderes pagam para ter acesso a uma rede eficiente de distribuição de drogas, além de suporte logístico e armamento fornecido pelo grupo.
De acordo com as investigações conduzidas pelo Ministério Público, os fundos do Comando Vermelho são utilizados para financiar a compra de drogas e armas, expandir a influência territorial, além de subornar autoridades e prestar assistência a membros detidos. As atividades criminosas como extorsões e roubos de cargas e veículos também são alimentadas por esses recursos financeiros.
Como a operação está sendo conduzida?
O Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) foi responsável por desvendar o esquema sofisticado de lavagem de dinheiro operado pela facção. O monitoramento de mais de 4.888 transações financeiras suspeitas, somando mais de R$ 21,5 milhões, foi essencial para o avanço das investigações. A operação conta ainda com a colaboração do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO), que denunciou os envolvidos por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
As forças policiais enfrentaram resistência durante a execução dos mandados, com relatos de troca de tiros e barricadas tentando impedir o avanço dos agentes. No entanto, a ação continua a se desenrolar em diversas regiões do Rio de Janeiro e também nos estados da Bahia e Paraíba.
Quais são os impactos e os resultados esperados?
Prevê-se que a Operação Torniquete terá um impacto significativo na estrutura financeira do Comando Vermelho, enfraquecendo suas operações e capacidade de controlarem territórios. A prisão dos principais operadores do “Caixinha do CV” pode desestabilizar o fluxo de recursos e, por conseguinte, impactar as atividades criminais associadas à facção.
Até setembro de 2024, a operação já havia resultado em mais de 300 prisões, demonstrando sua eficácia na repressão ao crime organizado e destacando o compromisso das autoridades em combater o tráfico de drogas e a violência derivada dele. A continuidade das investigações e as ações futuras visam não apenas punir os responsáveis, mas também prevenir a reorganização financeira da facção.
Conclusões e perspectivas futuras
Embora as operações policiais como a Torniquete sejam cruciais para enfraquecer o poder das facções criminosas, a solução definitiva para a questão envolve também políticas sociais que visem à melhoria das condições de vida nas comunidades afetadas. A combinação de ações repressivas com investimentos em educação, saúde e infraestrutura pode proporcionar um cenário mais desfavorável para o crescimento de atividades ilícitas.
O desafio permanece em como se criar um ambiente onde a atividade criminosa não seja a única opção para muitos moradores dessas áreas. As operações de combate ao crime organizado são uma parte essencial da estratégia, mas precisam ser acompanhadas de esforços para promover mudanças substanciais e sustentáveis no tecido social dos locais afetados.
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