Operação mira agentes públicos que beneficiaram empresa de líder do PCC
Os procedimentos licitatórios investigados pelo MPSP estão relacionados à Câmara Municipal e à Prefeitura de Guarujá
O Ministério Público de São Paulo (MPSP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), a Polícia Militar e a Polícia Civil deflagraram nesta terça-feira, 1º, a Operação Hereditas para investigar fraudes em procedimentos licitatórios em cidades da Baixada Santista, no litoral paulista.
Ao todo, foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão em Cubatão, Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente.
Segundo o MPSP, há indícios de fraudes “em procedimentos licitatórios relacionados à Câmara Municipal e à Prefeitura do Guarujá, além de possível favorecimento de agentes públicos com o recebimento de propinas para viabilizar as fraudes”.
Uma das empresas beneficiadas pertencia a Cristiano Lopes Costa, o Meia Folha, um dos líderes do PCC que foi assassinado a tiros em 12 de março de 2024 enquanto estava em frente a um carrinho de lanches em Guarujá.
Ao menos três vereadores são investigados, assim como o candidato a prefeito Claudio Fernando Aguiar (Novo), que é SEO do Sistema ISTV.
Participaram da operação 15 integrantes do Ministério Público, 76 policiais militares do Comando de Policiamento de Choque (ROTA, COE e GATE) e 50 policiais civis da Delegacia Seccional de Praia Grande e do DOPE (Departamento de Operações Policiais Estratégicas).
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que foram apreendidos diversos celulares, documentos, computadores e HDs, além de quantias em dinheiro. Todo o material será analisado como parte das investigações.
Os contratos da prefeitura de Guarujá com o PCC
Cristiano Lopes da Costa era, segundo a Prefeitura de Guarujá, representante da HC Transporte e Locação Eirelli, empresa que presta serviços de controlador de acesso e de limpeza nas unidades de Saúde do município.
Em 2022, a gestão do prefeito Valter Suman (PSDB), reeleito em 2020, assinou dois contratos com a empresa, com vigência de um ano e podendo ser prorrogados até o quinto ano.
Segundo o Gaeco, Cristiano subiu na hierarquia do PCC depois que outras lideranças locais, como André Oliveira Macedo, o André do Rap, e André Luís da Costa Lopes, o Andrezinho da Baixada, deixarem a região.
Ele foi baleado no distrito de Vicente de Carvalho em 12 de março em frente a um carrinho de lanches. Conforme testemunhas, os disparos foram feitos por um homem que passou pelo local de moto. O autor é desconhecido.
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