Operação Fake Tags desvenda fraude milionária nos Correios
Operação Fake Tags: PF combate fraude nos Correios que custou R$ 2,7 milhões, revelando um esquema complexo de etiquetas fraudulentas.
A Polícia Federal lançou a Operação Fake Tags, uma resposta robusta contra uma fraude que causou prejuízos superiores a R$ 2,7 milhões aos Correios. Nesta operação, estão sendo executados mandados de busca e apreensão em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, e Ipatinga, Minas Gerais, visando desarticular um esquema que utilizou dados de empresas inexistentes para a emissão de etiquetas de postagem a preços reduzidos.
O modus operandi era astuto; o grupo criava contratos com o Correio Fácil, um sistema dos Correios para facilitar entregas principalmente para negócios online, fazendo uso de informações corporativas fictícias. Dessa forma, obtinham etiquetas para postagem que posteriormente eram vendidas, impossibilitando a cobrança por parte dos Correios na data de faturamento devido à inexistência das empresas contratadas.
Como Funcionava a Fraude?
Empresas “fantasma” eram criadas para que, através delas, o grupo realizasse contratos com os Correios para a obtenção de etiquetas de postagem. Essas etiquetas, que permitiam o envio de mercadorias a custo baixo, eram posteriormente vendidas a negócios legítimos, que buscavam redução nos custos de frete. Quando chegava a hora de faturar os serviços prestados, os Correios se viam incapazes de localizar as empresas para o pagamento, uma vez que estas não existiam fora do papel. Isso gerava um ciclo vicioso de inadimplência e prejuízos à estatal.
Quem Foram os Afetados?
No Rio Grande do Norte, região de grande atividade do esquema, a Polícia Federal identificou que pequenos comerciantes das cidades de Serra Negra do Norte e Caicó tinham participação ativa na fraude. A intensidade das atividades ilegais nessa área chamou a atenção da Área de Segurança Corporativa dos Correios, que iniciou uma investigação ao reter 215 objetos postais em um centro de distribuição em Natal, representando aproximadamente 16m³ de mercadorias enviadas ilegalmente.
Os Suspeitos e as Consequências
Durante a operação, identificou-se um indivíduo em Três Lagoas como responsável pela formação de, pelo menos, três contratos fraudulentos utilizando dados de empresas fictícias. Em Ipatinga, uma mulher suspeita de participar do esquema atuava na intermediação e venda das etiquetas fraudulentas. Além desses, outros intermediários foram identificados no Rio Grande do Norte, promovendo a venda das etiquetas na cidade de Caicó.
As investigações apontaram a utilização das etiquetas ilegais por comerciantes em várias regiões do Brasil, buscando diminuir despesas com frete e enviando produtos a clientes a custos notadamente inferiores aos de mercado. A Polícia Federal conseguiu vincular cerca de 70 contratos ao esquema fraudulento, com os suspeitos enfrentando potenciais acusações de estelionato qualificado. As penas, caso sejam condenados, podem ultrapassar seis anos de reclusão, além de multas.
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