Onde vai ficar Ronnie Lessa?
Na terça, 2 de abril, a Justiça havia determinado a transferência de Lessa para o Rio de Janeiro em até 30 dias; agora, voltou atrás
A Justiça Federal do Mato Grosso do Sul voltou atrás, nesta quarta-feira, 3 de abril, e decidiu manter o ex-policial militar Ronnie Lessa, suspeito de efetuar os disparos que mataram a vereadora Marielle Franco, no presídio federal de Campo Grande.
Na terça, 2, a Justiça havia determinado a transferência de Lessa para o Rio de Janeiro em até 30 dias.
O ex-PM teve seu prazo de permanência no presídio federal de Campo Grande oficialmente terminado em 21 de março, segundo documento revelado pela TV Globo.
A manutenção de Lessa em Campo Grande se deu por pedido do Tribunal de Justiça do Rio. Segundo o pedido, uma decisão de 19 de março prorrogava a estadia do ex-PM no Mato Grosso do Sul.
Os encontros de Lessa com os irmãos Brazão
O ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, relatou à Polícia Federal que teve três encontros com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, apontados como mandantes do crime, entre 2017 e 2018.
O intermediário dos encontros era o ex-policial militar Edmilson de Oliveira, conhecido como Macalé, que foi morto em 2021 em um caso investigado como “queima de arquivo”.
A proposta
O primeiro encontro entre Ronnie Lessa, Macalé e os irmãos Brazão ocorreu nas proximidades do hotel Transamérica, na Barra da Tijuca, próximo à residência dos políticos. Segundo a PF, nesse local os Brazão discutiram detalhes do crime. Eles afirmaram ter um informante infiltrado no PSOL que relatava que a vereadora Marielle Franco estava desencorajando a população a aderir a novos loteamentos controlados por milícias.
Lessa teria aceitado a proposta de assassinar Marielle porque viu nisso uma oportunidade de ascender no mundo do crime organizado e não ser apenas um “mero sicário”. Como recompensa, ele receberia lotes em um empreendimento imobiliário na Zona Oeste do Rio.
À PF, Lessa afirmou que Domingos era o mais falante durante a conversa e exigiu que o assassino não monitorasse Marielle Franco a partir da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Na época, Marielle e Chiquinho Brazão eram colegas na Casa Legislativa.
“Conforme narrado por Lessa […], Domingos ressaltou que tal exigência partiu do então Diretor da Divisão de Homicídios da PCERJ, o Delegado Rivaldo Barbosa, fato que, inicialmente, o tranquilizou ante a notória pactuação da garantia de impunidade da ação que lhe foi encomendada”, diz o relatório da PF.
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