“O tempo da Justiça e o tempo da política não podem ser confundidos”
Depois de explicar à Folha de S. Paulo por que a Folha de S. Paulo não pode entrevistar Lula, Deltan Dallagnol explicou também por que Sergio Moro divulgou a primeira parte dos depoimentos de Antonio Palocci...
Depois de explicar à Folha de S. Paulo por que a Folha de S. Paulo não pode entrevistar Lula, Deltan Dallagnol explicou também por que Sergio Moro divulgou a primeira parte dos depoimentos de Antonio Palocci:
“Essa decisão está sendo mal compreendida, talvez por falta de informações e de contexto. O acordo de colaboração premiada de Palocci envolve, pelo menos, dez termos de depoimento. O que foi juntado à ação penal foi apenas um deles – o que já desnatura qualquer leitura de intenção deliberada de revelar todos os fatos trazidos pelo colaborador. E existia uma razão para que isso acontecesse agora.
Depois de realizado o acordo, o colaborador teve um prazo para apresentar provas de corroboração, que venceu no final de setembro. Só depois disso é que caberia ao juiz analisar potenciais benefícios em favor dele, em razão de sua contribuição para a Justiça. E mais: numa ação penal, os acusados têm direito de saber que existe uma colaboração e o que foi dito pelo colaborador, já que isso pode influenciar a decisão do juiz.
[Levantar o sigilo] é uma condição necessária para o exercício da defesa. Essa ação penal está na fase de alegações finais. É essa a oportunidade que a defesa tem para se manifestar sobre esse termo de colaboração. Não existia outro momento para que esse termo fosse juntado aos autos. O tempo da Justiça e o tempo da política não podem ser confundidos. O fato de que um determinado evento ou prova judicial tem implicações políticas não deve influenciar a atuação da Justiça.”
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