“O Supremo se coloca acima da lei”, diz Deltan Dallagnol
Para o ex-procurador da Lava Jato, prisões como a do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e do tenente-coronel Mauro Cid, ambas decretadas pelo ministro Alexandre de Moraes, foram "arbitrárias"...
O ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo) criticou nesta terça-feira (3), em entrevista ao Papo Antagonista, as prisões preventivas decretadas por ministros do Supremo Tribunal Federal (SFT). Para o ex-procurador da Lava Jato, prisões como a do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e do tenente-coronel Mauro Cid, ambas decretadas pelo ministro Alexandre de Moraes, foram “arbitrárias”.
“No Supremo Tribunal Federal quatro meses sem denúncia e o Anderson Torres foi solto. E até hoje ele não tem denúncia. O Mauro Cid, quatro meses sem denúncia. Ou seja, ele não poderia estar preso. Se fosse um procurador, um juiz em primeira instância, ia ser processado por abuso de autoridade. Ia ser pendurado pela corregedoria e ia sofrer um processo disciplinar grave. Mas o problema é que no Supremo não. Eles [ministros] se colocam acima da lei. Eles são Supremos”, disse Dallagnol.
Anderson Torres foi solto em maio deste ano, depois de passar quatro meses preso preventivamente por suposta omissão nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Assim como o ex-ministro da Justiça, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, deixou a prisão em setembro deste ano, depois de fechar um acordo de delação premiada homologada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Ainda durante o Papo Antagonista, Deltan afirmou que atualmente “parece que existe uma caça” aos ex-integrantes da operação Lava Jato. O ex-procurador do Ministério Público Federal (MPF) também comentou as recentes decisões de ministros das Cortes Superiores contra a força-tarefa de Curitiba.
“Parece que existe uma temporada de caça aberta dos agentes da Lava Jato. E o prêmio de quem caçar os agentes da Lava Jato é a perspectiva é ganhar pontos pra uma possível indicação pra uma vaga no Supremo Tribunal Federal“, disse o ex-deputado.
Deltan deixou o MPF em 2021 para se filiar ao Podemos, partido pelo qual se elegeu deputado federal com mais de 345 mil votos na eleição de 2022. O ex-procurador da Lava Jato, no entanto, foi cassado em maio deste ano pela Justiça Eleitoral.
Após a cassação, Dallagnol se filiou ao partido Novo, como noticiamos aqui em O Antagonista.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)