O stand up do Xandão
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, tem usado o senso de humor em eventos e palestras para tratar de fake news, alvos bolsonaristas, futebol e da “fama de mau”...
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, tem usado o senso de humor em eventos e palestras para tratar de fake news, alvos bolsonaristas, futebol e da “fama de mau”.
Em evento na Faculdade de Direito da USP, no dia 4 de abril, o magistrado ironizou a situação do ex-deputado federal Roberto Jefferson, preso em outubro após disparar granadas e tiros de fuzil contra policiais federais.
“Determinada pessoa que eu não vou dizer o nome, que hoje se encontra reclusa, inventou num determinado momento que eu era advogado do PCC. Xandão é advogado do PCC. Não preciso dizer a pessoa, né? Tudo bem, entrei com ação de indenização por danos morais. Eu já ganhei 12 ações de indenização por danos morais”, afirmou.
Em fevereiro, durante sessão do STF, Moraes, que é corintiano, brincou com o colega Dias Toffoli, dizendo que o Palmeiras não tem Mundial ao comentar o uso de aplicativos russos, como o Telegram, no Brasil.
“Depois daquele trágico evento do Corinthians com a Rússia, nós extirparmos os russos do Corinthians e, depois, ainda fomos campeões mais duas vezes do Brasileiro e uma do Mundial, em 2012, [título] que o Palmeiras não tem, infelizmente, ministro Toffoli”, disse Moraes.
Em dezembro de 2022, Moraes arrancou risadas da plateia no seminário “STF em ação”, em Brasília, ao dizer que, em comparação com a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, ainda tinha “muita gente para prender e muita multa para aplicar.”
À Folha de S. Paulo, a professora da UFSCar Fabiana Luci de Oliveira, líder do Núcleo de Estudos em Direito, Justiça e Sociedade e pesquisa o Supremo, afirmou que as declarações podem ter impacto negativo sobre a percepção da atuação do ministro.
“Ele [Alexandre de Moraes] pode ter feito só uma brincadeira, mas ele representa muito poder, então isso pode deslegitimar decisões futuras que ele venha ter”, disse.
Para o professor da FGV Direito Rubens Glezer, a postura do ministro é parte de uma disputa de narrativa.
“É para ganhar a opinião pública. A opinião pública que eventualmente defenderia o tribunal”, afirmou ao jornal.
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