O Republicanos e o ‘milagre’ petista
Em busca de espaço no governo Lula, o Republicanos tem amenizado seu vínculo com a Universal nos estados...
Em busca de espaço no governo Lula, o Republicanos tem amenizado seu vínculo com a Universal nos estados. Segundo o jornal O Globo, no Rio e em São Paulo, insatisfações da cúpula do partido com as gestões do bispo Luis Carlos Gomes e do pastor Sérgio Fontellas, dois quadros da igreja, abriram brecha para mudanças na relação do partido com a Universal, que tem trocado farpas com petistas.
Gomes foi substituído na presidência do diretório fluminense pelo prefeito de Belford Roxo, Waguinho, que solicitou sua desfiliação do União Brasil na semana passada em decorrência de uma crise com a direção da legenda. Waguinho é marido da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que também pediu para sair do partido. Ela e outros cinco deputados federais eleitos pelo União Brasil no Rio — nenhum deles ligado à Universal — também têm intenção de se filiar ao Republicanos, podendo quase triplicar a bancada fluminense do partido, atualmente formada por três parlamentares que fazem parte da igreja.
No diretório de São Paulo, Fontellas foi trocado por Roberto Carneiro, que presidia o Republicanos no Espírito Santo e foi secretário estadual no governo de Paulo Hartung. Segundo O Globo, interlocutores do presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira (foto), acreditam que o desempenho eleitoral no estado foi insatisfatório no Legislativo, o que motivou a mudança.
Outro sinal de distanciamento ocorreu em Goiás, cuja capital, Goiânia, é a única sob gestão do Republicanos, com o prefeito Rogério Cruz, que é bispo licenciado da Universal. Em meio a críticas à gestão de Cruz, o novo presidente estadual do Republicanos, Hildo do Candango, tem dito que sua candidatura à reeleição dependerá de mostrar viabilidade política e de superar “alguns descontentamentos” na base.
Em estados do Norte e Nordeste, onde parte dos deputados eleitos pelo Republicanos têm boa relação com o governo Lula, houve sinais de aproximação com o Planalto. No Ceará, o cantor gospel Ronaldo Martins, hoje vereador em Fortaleza e ligado à Universal, deixou o comando estadual para o ex-senador Chiquinho Feitosa, aliado do governador Elmano de Freitas e do ministro da Educação, Camilo Santana, ambos do PT. No Maranhão, o deputado federal Aluisio Mendes, recém-filiado ao Republicanos, passou a fazer acenos a Lula e ao governador Carlos Brandão (PSB). No Pará, onde a troca se deu entre dois nomes da Universal, o novo presidente estadual, Evandro Garla, faz parte do primeiro escalão do governo Helder Barbalho (MDB), aliado de Lula.
O Republicanos, que apoiou Jair Bolsonaro na eleição presidencial, tem reatado relações com Lula desde o voto a favor da PEC da Transição. Posteriormente, o PT apoiou a eleição do deputado Jonathan de Jesus (Republicanos), aliado de Arthur Lira (PP), a uma vaga no Tribunal de Contas de União (TCU), movimento que impediu o avanço de uma candidatura do PL, legenda do ex-presidente da República.
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