O que tanto Braga Netto fazia na residência oficial de Bolsonaro?
O general da reserva e ex-ministro Walter Braga Netto, preso no sábado, 14, sob suspeita de tentar atrapalhar investigações, esteve no Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente da República, em 44 dos últimos 60 dias do governo de Jair Bolsonaro (PL), registrou O Globo. Tanto Bolsonaro quanto Braga Netto foram indiciados pela Polícia...
O general da reserva e ex-ministro Walter Braga Netto, preso no sábado, 14, sob suspeita de tentar atrapalhar investigações, esteve no Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente da República, em 44 dos últimos 60 dias do governo de Jair Bolsonaro (PL), registrou O Globo.
Tanto Bolsonaro quanto Braga Netto foram indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado.
Segundo a PF, há 55 registros de entrada de Braga Netto no Alvorada entre 31 de outubro de 2022, um dia após o segundo turno da eleição presidencial, e 30 de dezembro, data em que Bolsonaro deixou o Brasil rumo aos Estados Unidos.
O general da reserva esteve no local duas ou até três vezes em alguns dias. O último registro de entrada é de 26 de dezembro, quando Braga Netto passou quase onze horas na residência oficial da Presidência.
Ele foi a pessoa que mais esteve no Alvorada no período, com exceção de membros da família Bolsonaro e de funcionários do local.
A prisão de Braga Netto
O general da reserva Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, foi preso no sábado, 14, pela Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Ao determinar a prisão preventiva de Braga Netto, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, apontou que o militar tentou obter informações sigilosas relacionadas ao acordo de delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Segundo a decisão de Moraes, novos depoimentos de Cid à Polícia Federal revelaram que Braga Netto tentou “embaraçar as investigações” e controlar as informações fornecidas por Cid para alterar os fatos apurados e alinhar versões entre os investigados.
De acordo com Moraes, a Polícia Federal apresentou provas de que o pai de Cid, Mauro Lorena Cid, entrou em contato com Braga Netto três dias depois da homologação do acordo de delação. Durante a conversa, o pai de Cid afirmou que “é tudo mentira” sobre o acordo.
A PF também apurou que informações obtidas de familiares de Cid foram repassadas a outros investigados para “tranquilizar os demais integrantes da organização criminosa de que os fatos relativos aos mesmos não estariam sendo repassados à investigação”.
As investigações indicaram que o general teve um papel de liderança, organização e financiamento dos atos investigados, além de tentar obstruir as apurações.
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