O que esperar do inverno
No inverno, espera-se uma baixa umidade e poucas chuvas até meados da primavera, podendo se estender até outubro
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Brasil está se preparando para um período de mudanças climáticas. Após um ano de elevação, o fenômeno El Niño está chegando ao fim e as condições de temperatura na superfície do Oceano Pacífico estão voltando à média climatológica. Por outro lado, o Inmet prevê a chegada do La Niña no segundo semestre, o que pode trazer consequências distintas para as diferentes regiões do país.
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O El Niño é caracterizado pelo aquecimento igual ou maior que 0,5 grau nas águas do oceano. Segundo o Inmet, há uma probabilidade de 69% de ocorrer o fenômeno La Niña no Brasil a partir do segundo semestre deste ano.
No passado, quando o La Niña predominou entre junho de 2023 e abril de 2024, regiões como Nordeste, Amazonas e parte do Centro-Oeste enfrentaram situações de seca grave. Atualmente, áreas do interior do Amazonas, oeste de Mato Grosso, Roraima, sul de Rondônia, norte e sul de Mato Grosso e interior do Tocantins ainda sofrem com a estiagem. Além disso, a bacia do Rio Paraguai em Mato Grosso do Sul também enfrenta uma situação de seca persistente.
Eventos climáticos extremos
Já na região Sul do país, eventos extremos como enchentes foram registrados recentemente. O mês de maio foi marcado por inundações excepcionais que atingiram o Rio Grande do Sul, considerado o maior desastre por inundação já registrado no estado. De acordo com o Inmet, as cheias afetaram 461 municípios, prejudicaram 2,3 milhões de pessoas e causaram a trágica perda de 155 vidas. Santa Catarina também foi afetada pelas inundações.
Esses eventos climáticos extremos têm relação direta com o aumento da temperatura e a frequência das ondas de calor causadas pelo fenômeno El Niño. No entanto, com a chegada do La Niña, é esperado que haja uma inversão desses efeitos. Com uma diminuição na temperatura do Pacífico igual ou maior que 0,5 graus, espera-se um aumento das chuvas nas regiões Norte e Nordeste, um tempo mais seco no Sul e chuvas com menor regularidade no Centro-Sul.
Como será o inverno no país
Segundo os meteorologistas do Climatempo, a tendência é que o La Niña persista durante todo o restante do ano de 2024, com pico provável entre outubro e dezembro. Os primeiros efeitos do La Niña serão mais evidentes durante o inverno brasileiro, que começa oficialmente em breve.
Nesse período, espera-se uma baixa umidade e poucas chuvas até meados da primavera, podendo se estender até outubro. Além disso, é provável que ocorram ondas de calor entre agosto e outubro devido ao clima seco persistente. No entanto, até lá, espera-se que o frio seja pouco intenso na maior parte do país.
As frentes frias e massas de ar frio também devem se tornar mais frequentes com a atuação do fenômeno La Niña. No entanto, durante o inverno, essas frentes frias esbarrarão em uma grande massa de ar seco que se estabelece no interior do país, resultando em temperaturas dentro e abaixo da média apenas no extremo sul do Brasil. Por outro lado, áreas do Sudeste, como o estado de São Paulo, terão um aumento mais evidente no número de dias frios a partir de agosto, mas sempre alternando com períodos mais longos de temperatura acima do normal.
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