O que concluiu investigação sobre os fugitivos de Mossoró
Corregedoria aponta falhas nos procedimentos de segurança na penitenciária de Mossoró. Dez servidores vão responder a processos disciplinares
A Corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), órgão ligado ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública, divulgou um relatório que aponta a responsabilidade de servidores da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) na fuga de dois detentos ocorrida no dia 14 de fevereiro.
Apesar do otimismo do ministro Ricardo Lewandowski, que afirmou acreditar no sucesso das operações de busca por acreditar que os fugitivos não haviam ultrapassado o perímetro entre Mossoró e a divisa com o Ceará, até o momento os detentos ainda não foram localizados.
Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça conseguiram escapar da unidade de segurança máxima após o feriado de carnaval, sendo esta a primeira fuga registrada no sistema penitenciário federal desde sua criação em 2006.
Força Nacional fora das buscas
Na semana passada, as atividades da Força Nacional, que estava empenhada na busca pelos fugitivos, foram encerradas. Cerca de 500 agentes que estavam trabalhando no campo deixaram de ser mobilizados.
Paralelamente, as polícias do Rio Grande do Norte, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional Penal intensificaram os esforços para capturar os fugitivos.
As penitenciárias federais abrigam líderes de facções criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Além de Mossoró, existem outras quatro unidades desse tipo no país, localizadas em Catanduvas (PR), Campo Grande, Porto Velho e Brasília.
Dez servidores vão responder a processos disciplinares
De acordo com uma nota divulgada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública nesta terça-feira, 2, foram abertos três Processos Administrativos Disciplinares (PADs) envolvendo 10 servidores.
Outros 17 servidores assinarão Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), comprometendo-se a tomar uma série de medidas corretivas, incluindo a participação em cursos de reciclagem.
Conforme reportagem do jornal Estadão, os criminosos encontraram várias facilidades que possibilitaram sua fuga da penitenciária no Rio Grande do Norte. Algumas câmeras de segurança não estavam funcionando adequadamente e havia luzes apagadas no momento da fuga.
O relatório completo não será divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública para não prejudicar as novas investigações e os procedimentos correcionais em andamento.
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