O PT aprendeu a lição na Câmara?
De olho na sucessão de Arthur Lira, a bancada do PT na Câmara avalia que precisará apoiar o favorito para evitar que o vencedor seja adversário do governo Lula
Temendo evitar o “pior cenário” na sucessão de Arthur Lira na presidência da Câmara dos Deputados, em 2025, a bancada do PT na Casa avalia que o partido precisa apoiar o favorito ao posto, seja qual for, para impedir que o vencedor se declare adversário do governo Lula, registrou O Estado de S. Paulo.
A estratégia já havia sido adotada em 2023, quando o partido declarou apoio a Lira após debelar as resistências internas.
Em 2015, o petista Arlindo Chinaglia foi derrotado na disputa pela presidência da Câmara por Eduardo Cunha, que na época integrava a bancada do PMDB, atual MDB. Desafeto do Palácio do Planalto, Cunha conduziu o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.
O favorito dos petistas
Segundo o jornal, a preferência pelos deputados da bancada por Antônio Brito (PSD-BA) foi quase unânime na última reunião realizada para discutir o assunto.
O partido, no entanto, entende que precisa ter cautela e deixar as portas abertas para uma aproximação com Elmar Nascimento (União-BA), caso o parlamentar, próximo a Lira, chegue a disputa como favorito.
“Durante o governo de transição, Elmar enfrentou a resistência da bancada baiana do PT para assumir um ministério e acabou de fora da Esplanada. De lá para cá, o deputado já avisou que se o Planalto vetar apoio à sua pré-candidatura da Câmara, será considerado inimigo político caso esteja no comando da Casa durante o último biênio do governo. Na avaliação do PT, esse seria o pior cenário”, diz o jornal.
A confiança dos aliados de Lula na Câmara
Pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 22 de maio, indica que piorou a popularidade de Lula na Câmara dos Deputados. E alguns detalhes do levantamento são ainda mais preocupantes para o petista do que a alta de 9 pontos percentuais na avaliação negativa de seu governo entre os deputados.
A pesquisa, que ouviu 183 dos 513 deputados federais (35% deles) entre 29 de abril e 20 de maio e tem margem de erro de 4,8 pontos percentuais, indicou queda na avaliação sobre as chances de Lula aprovar sua agenda de governo na Câmara. E o grande baque foi entre seus próprios aliados.
Para 47% dos deputados, as chances de Lula aprovar o que pretende na Câmara ainda são altas, mas em agosto de 2023, essa proporção era de 56%. A queda diz respeito principalmente à confiança dos governistas, que foi de 87% para 71% nos últimos nove meses (veja os detalhes abaixo).
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