E depois da comoção?
Desde o início do dia, diversas lideranças partidárias deram declarações indignadas sobre a soltura de André do Rap...
Desde o início do dia, diversas lideranças partidárias deram declarações indignadas sobre a soltura de André do Rap.
Como esperado e O Antagonista noticiou, logo surgiram propostas para revogar a necessidade de o juiz revisar a decretação da prisão preventiva a cada 90 dias — foram apresentados hoje pelo menos três projetos nesse sentido.
Pela manhã, o deputado Alex Manente (Cidadania), autor da PEC da prisão na segunda instância — outro debate que ganhou força com o caso –, chegou a anunciar que a comissão que trata da proposta seria reinstalada na semana que vem, mas não demorou para que ele voltasse atrás nessa declaração. O Antagonista apurou que Rodrigo Maia não gostou de se sentir pressionado e a data ficou em aberto — antes, será preciso a Mesa Diretora aprovar a resolução que trata da retomada das comissões da Câmara em meio à pandemia da Covid-19.
A despeito de toda a comoção e repercussão em torno do assunto, a decisão de fazer algo de concreto para mudar a situação continua nas mãos de alguns poucos em Brasília, que já foram mais suscetíveis a pressões.
A senadora Eliziane Gama, líder do Cidadania, acertou ao afirmar que o Congresso precisaria fazer ajustes “urgentemente” na tal legislação sancionada por Jair Bolsonaro no âmbito do pacote anticrime. Mas o sentimento de urgência para os que decidem costuma ser muito diferente do da sociedade — a não ser quando há um consenso quase absoluto entre os congressistas, como no início deste ano, quando os deputados apressaram-se em se reunir para garantir o mandato do deputado Wilson Santiago (PTB), que, acusado de envolvimento em esquema de corrupção, havia sido afastado do cargo por decisão de Celso de Mello.
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