O presidencialismo da prensa
Depois do presidencialismo de coalizão, que funcionava na base da propina, podemos ter o presidencialismo de coerção. Diz Merval Pereira: “Jair Bolsonaro está conseguindo montar seu governo sem depender dos partidos...
Depois do presidencialismo de coalizão, que funcionava na base da propina, podemos ter o presidencialismo de coerção.
Diz Merval Pereira:
“Jair Bolsonaro está conseguindo montar seu governo sem depender dos partidos, e o objetivo é fazer uma negociação transversalmente pelas legendas, indo direto aos que votam, sem negociações com as cúpulas.
Pode assim fazer maioria com bancadas móveis, dependendo do interesse do momento. Mas precisará de um articulador político de peso, que não parece ser o perfil do futuro ministro do Gabinete Civil, Onyx Lorenzoni. As bancadas, por sua vez, poderão negociar entre si, também acima dos partidos, e ganharão uma força grande (…).
Há questões a serem resolvidas. Em primeiro lugar, ministros fortes com ampla penetração de interesses corporativos podem dificultar a aprovação de matérias que mexam com esses interesses, a começar pela reforma da Previdência. Nesse caso, também a corporação de Bolsonaro, os militares, fará pressão contra eventuais cortes de benefícios e privilégios.
Outra questão delicada é a adoção do que já está sendo chamado em Brasília de presidencialismo de coerção, ao contrário do presidencialismo de coalizão, enterrado nas últimas eleições. A coerção seria exercida através dos novos meios de comunicação, como Facebook, Twitter e WhatsApp, para pressionar o Congresso, como ameaçou Paulo Guedes.”
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