O orçamento secreto de Bolsonaro
O Estadão rastreou o uso dos R$ 3 bilhões em emendas extras liberadas pelo governo para comprar apoio do Congresso nas eleições de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. O dinheiro, que saiu do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), foi destinado à aquisição de tratores e equipamentos agrícolas...
O Estadão rastreou o uso dos R$ 3 bilhões em emendas extras liberadas pelo governo para comprar apoio do Congresso nas eleições de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. O dinheiro, que saiu do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), foi destinado à aquisição de tratores e equipamentos agrícolas.
O Antagonista revelou, no final do primeiro ano do governo Bolsonaro, a prática de pagamento de recursos extras sem qualquer prestação de contas. Na ocasião, foram liberados R$ 3,8 bilhões via MDR.
No ano passado, mostramos que a prática foi mantida com a liberação de mais R$ 600 milhões fora da cota regular de emendas parlamentares e que esse dinheiro, beneficiou os currais eleitorais de aliados do governo. Em janeiro, o Estadão trouxe à tona uma planilha com o valor global de R$ 3 bilhões, distribuídos entre 250 deputados e 35 senadores.
“O flagrante do manejo sem controle de dinheiro público aparece num conjunto de 101 ofícios enviados por deputados e senadores ao Ministério do Desenvolvimento Regional e órgãos vinculados para indicar como eles preferiam usar os recursos”, diz o jornal.
Davi Alcolumbre (DEM-AP), por exemplo, conseguiu R$ 277 milhões em verbas do MDR. “Ele precisaria de 34 anos no Senado para conseguir indicar esse montante por meio da tradicional emenda parlamentar individual, que garante a cada congressista direcionar livremente R$ 8 milhões ao ano.”
Caso emblemático também é o do deputado Lúcio Mosquini (MDB-RO). De acordo com a matéria, “o governo aceitou pagar R$ 359 mil num trator que, pelas regras normais, somente liberaria R$ 100 mil dos cofres públicos. No total, o deputado direcionou R$ 8 milhões.”
Flávia Arruda, atual ministra da Secretaria de Governo, dirigiu R$ 5 milhões para a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Paranaíba). Questionada, ela diz não se lembrar do recurso. “É tanta coisa que a gente faz que não sei exatamente do que se trata.”
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