O (novo) dilema de Ricardo Nunes
Crescimento em pesquisas trouxe uma nova preocupação para o prefeito: que os atos de domingo interrompam trajetória do emedebista
A divulgação da última pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas sobre a disputa pela prefeitura de São Paulo aumentou o otimismo do núcleo duro da pré-campanha de Ricardo Nunes (MDB), atual chefe do Poder Executivo paulistano.
Ao mesmo tempo, os dados trouxeram uma nova preocupação para os estrategistas do emedebista. Aliados do prefeito paulista voltaram a ponderar com ele nesta terça-feira que poderá ser um erro o seu comparecimento, no próximo domingo, aos atos convocados por Jair Bolsonaro na avenida Paulista.
De acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira, 20, Nunes aparece em empate técnico com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) nos dois principais cenários da disputa — a margem de erro é de 2,6 pontos para mais ou menos.
O socialista tem 33% das intenções de voto contra 32% do prefeito na pesquisa estimulada que considera na disputa a deputada federal Tabata Amaral (PSB, com 9,7%), o deputado federal Kim Kataguiri (União, 5,2%), Marina Helena (Novo 3,3%) e Padre Kelmon (PRD, 0,7%). Brancos e nulos são 9,9%, e não sabe/não respondeu são 6,2%.
Sem Kim e Kelmon no páreo, Nunes aparece ligeiramente à frente de Boulos (ainda em empate técnico), com 34,7% contra 33,4%. Tabata tem 10,5% nesse cenário, e Maria Helena, 3,8%.
Crescimento
Pelos números do mesmo instituto, Boulos liderava a corrida em dezembro com 31,1% das intenções de voto, ante 25,4% de Nunes. Em terceiro lugar, aparecia a deputada federal Tábata Amaral (PSB) tem 8,9%, seguida por Ricardo Salles (PL), com 8,3%, Kim tinha 5,4%, e Marina Helena, 3,1%. Brancos e nulos eram 12%.
Em setembro, Boulos tinha 35,1% das intenções de voto, enquanto Ricardo Nunes tinha 29%, Tábata Amaral, 7,5%, e Kim Kataguiri, 5,3%.
O dilema de Nunes
Apesar das boas notícias, o núcleo duro da campanha argumenta que Nunes, caso suba no palanque ao lado de Jair Bolsonaro, pode afastar o eleitor considerado de Centro. E essa foto, que será importante para Jair Bolsonaro, pode atrapalhar essa escalada do emedebista, conforme a chamada ‘ala pragmática’ da campanha.
O coordenador da bancada paulista da Câmara, deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL), e um dos entusiastas da candidatura de Nunes, não irá para o ato na paulista, apesar de ser do partido de Bolsonaro. A aliados, ele argumenta que a organização do evento não terá controle sobre os manifestantes.
Eis o receio da campanha de Nunes, conforme apurou O Antagonista: que apoiadores de Jair Bolsonaro estendam faixas e cartazes de caráter antidemocrático e isso, por consequência, contamine a campanha do atual prefeito. O PT está de olho e pediu abertura de investigação sobre as manifestações do próximo domingo.
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