O MTST não pediu desculpas
"Sem um pedido verdadeiro de perdão, o desrespeito continua”, reclamou o missionário Dunga sobre postagem que associou crucificação de Jesus à frase "bandido bom é bandido morto"
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) apagou a postagem em que associava a crucificação de Jesus Cristo à frase “bandido bom é bandido morto” (foto), publicada no feriado da Páscoa, mas nem todo mundo achou o bastante.
“Como cristão, lamento que o post seja, simplesmente, apagado. Sem um pedido verdadeiro de perdão, um pedido de desculpas pela tristeza que essa ofensa trouxe a todos nós, cristãos, em plena Sexta-Feira da Paixão, o desrespeito continua”, lamentou na sexta-feira, 5, Francisco José dos Santos, popularmente conhecido como missionário Dunga.
“Nossa fé precisa ser respeitada. Somos a religião do amor. Não compactuamos com o ódio religioso dessa gente”, reclamou o pregador, famoso por seus programas no rádio e na tevê, completando: “Há tanto o que fazer nas cidades, nos estados, pelo país. Aí, pegam uma data cristã importante para fazerem política com ódio. Isso é sacrilégio. Deveriam pedir perdão. As coisas não desacontecem derrubando post. E a intenção?”.
“Inapropriada“
O MTST anunciou na quarta-feira, 3, que apagou a postagem. “Após reunião da coordenação nacional, realizada hoje, dia 03/04, o MTST vem a público se manifestar a respeito da postagem realizada no twitter no último fim de semana. A coordenação considera que a postagem foi inapropriada e por isso foi deletada de suas redes”, anunciou o grupo em suas redes sociais.
Como não houve um pedido de desculpas, fica no ar, de fato, se os membros do MTST se arrependeram mesmo da postagem, como questionou O Antagonista na ocasião, ou se o que sensibilizou os responsáveis pelo movimento foi o ano eleitoral.
A provocação aos cristão não pegou bem para o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, cuja carreira política foi construída a partir da militância no MTST.
“Eu não faria“
Por conta da postagem, o deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Boulos, que só tratou da publicação após ser questionado pela imprensa.
“Eu não faria. Uma sátira social em cima de uma questão tão delicada, como é a questão da fé das pessoas e sentimentos religiosos, sempre vai gerar interpretações que podem ser distorcidas, e foi o que aconteceu”, disse o deputado após uma reunião com vereadores do PT e do PSOL na capital paulista.
Boulos também não parece ver motivo para pedir desculpas, Dunga.
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