O mapa dos artifícios de Lula
Merval Pereira resume e comenta no Globo o caso do apartamento de Lula em São Bernardo do Campo, acompanhando de perto por O Antagonista, e seus últimos desdobramentos: "Glaucos da Costamarques é primo de José Carlos Bumlai, por sua vez um dos melhores amigos de Lula, e foi atendendo a seu pedido que comprou o apartamento, para que Lula não tivesse um vizinho inconveniente. E não gastou...
Merval Pereira resume e comenta no Globo o caso do apartamento de Lula em São Bernardo do Campo, acompanhando de perto por O Antagonista, e seus últimos desdobramentos:
“Glaucos da Costamarques é primo de José Carlos Bumlai, por sua vez um dos melhores amigos de Lula, e foi atendendo a seu pedido que comprou o apartamento, para que Lula não tivesse um vizinho inconveniente.
E não gastou um tostão de seu, conforme admitiu para o juiz Sérgio Moro. Serviu como laranja, na linguagem popular.
Ele relatou uma conversa que teve com o seu primo sobre o imposto que teria de pagar sobre os aluguéis que não recebeu de Lula e Marisa:
‘Além de eu não receber o aluguel, ainda vou pagar o imposto?’
Bumlai decidiu então ressarcir esse imposto do carnê leão. Isso porque o casal Lula da Silva declarava ao imposto de renda que pagava o aluguel, e Costamarques tinha que declarar que o recebera.
Quem fazia a contabilidade dos dois lados era João Muniz Leite, contador de Roberto Teixeira, outro amigão de Lula, em cuja casa durante muitos anos, no início de sua carreira política, o ex-presidente morou ‘de favor’. (…)
Esse contador foi quem esteve com Glaucos Costamarques no hospital para pegar sua assinatura em uma série de recibos. (…)
Sérgio Moro espantou-se quando o contador disse que cuidava da declaração do apartamento de Lula e Marisa Letícia em São Bernardo de graça.
‘O senhor fazia esse serviço gratuitamente?’, perguntou o juiz.
‘Sim, me sentia lisonjeado pela confiança que me foi depositada, então, eu fiz questão de fazer. (…)’
Sobre o também serviço gratuito para Glaucos Costamarques, o contador tem uma explicação sentimental:
‘Fazia por amizade, considerava ele um verdadeiro pai, uma pessoa muito prestativa.’
Juridicamente, a falsidade pode ser material, quando o documento é adulterado, ou ideológica, quando, embora verdadeiro, não reflete a realidade dos fatos. Como no caso dos recibos dos aluguéis, que não eram pagos, mas documentos assinados pelo suposto dono atestavam que o foram.
Como dizem os juízes que atuam na Operação Lava Jato há mais de três anos, já é possível mapear todos os artifícios utilizados pelos envolvidos para constatar seus crimes, mesmo não havendo ato de ofício. Um conjunto de indícios pode dar ao juiz uma certeza acima de qualquer dúvida razoável.”
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