O inquérito das fake news será infinito?
O ministro Alexandre de Moraes decidiu prorrogar o inquérito, que já dura cinco anos e meio
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, decidiu prorrogar por mais 180 dias o inquérito das fake news. A investigação, que segue em sigilo desde 2019, agora intensifica os holofotes sobre supostos núcleos remanescentes do chamado “gabinete do ódio”, grupo suspeito de orquestrar ataques virtuais durante o governo Bolsonaro (PL).
As investigações devem ouvir mais 20 testemunhas e aprofundar a análise de sigilos fiscais e bancários. O STF, que inicialmente esperava encerrar o caso ainda em 2024, agora afirma que a “complexidade” do inquérito exige mais tempo para sua conclusão.
Ondas impossíveis de conter
“Os fatos vieram como ondas, impossíveis de conter. O mar seguirá agitado no próximo ano”, disse o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, na semana passada.
A extensão do inquérito amplia a tensão no cenário político, especialmente com a aproximação de um novo ciclo eleitoral.
O inquérito infinito
Com mais de cinco anos de duração, o inquérito das fake news avança sob sigilo, agora com foco em uma rede de empresários, políticos e influenciadores digitais. Sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que assumiu a função sem sorteio, a investigação se tornou um marco da polarização política no Brasil.
Moraes ganhou o apoio de setores da esquerda na condução do inquérito, que incomoda os setores da política mais ligados ao bolsonarismo. O objetivo inicial da apuração era investigar as ameaças e as fake news dirigidas contra o Supremo Tribunal Federal (STF), seus ministros e suas famílias, especialmente nas plataformas digitais.
Com o tempo, o foco da investigação se ampliou. O inquérito não apenas investigou os responsáveis pela propagação de desinformação, mas também mergulhou nos “ataques às instituições” e originou também o inquérito das milícias digitais.
Pedido de impeachment
Em virtude de sua atuação como relator do inquérito e outras ações, Moraes é alvo de um pedido de impeachment que tem a adesão de 156 deputados e 1,5 milhões de cidadão.
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Comentários (1)
Carlos Renato Cardoso Da Costa
16.12.2024 17:08Vai até 2026 certamente. O STF vai querer ter mais uma eleição presidencial como refém.