O fim da GLO nos portos e aeroportos de SP e RJ O fim da GLO nos portos e aeroportos de SP e RJ
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O fim da GLO nos portos e aeroportos de SP e RJ

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 04.06.2024 18:50 comentários
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O fim da GLO nos portos e aeroportos de SP e RJ

A atuação da GLO teve início em 2023 nos portos do RJ, Itaguaí (RJ) e Santos (SP), além dos aeroportos de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ)

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O fim da GLO nos portos e aeroportos de SP e RJ
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O presidente Lula tomou a decisão de encerrar a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos portos e aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Dessa forma, os militares da Marinha e da Aeronáutica deixarão suas funções, nesta terça-feira, 4, após sete meses de atuação, e a Polícia Federal e a Receita Federal retomarão o comando das ações de segurança pública e alfandegárias, informou reportagem da Folha de S. Paulo.

A atuação das Forças Armadas teve início em novembro de 2023 nos portos do Rio de Janeiro, Itaguaí (RJ) e Santos (SP), além dos aeroportos de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ). O objetivo era reforçar a segurança nessas regiões para combater a logística das facções criminosas no envio e recebimento de drogas.

Os resultados obtidos durante esses sete meses foram celebrados pelo governo. Segundo o Ministério da Justiça, cerca de 280 toneladas de drogas foram apreendidas e 3.800 pessoas foram presas. Além disso, houve um aumento no efetivo das forças de segurança em portos e aeroportos, possibilitando a vistoria de quase 270 mil cargas e mais de meio milhão de bagagens.

lista resumida das realizações alcançadas da operação de GLO:

  • Apreensão de 279,8 toneladas de drogas, incluindo 20,5 toneladas de cocaína;
  • Apreensão de 317 armas, sendo 32 fuzis;
  • Apreensão de 11.800 munições;
  • Prisão de 3.826 pessoas;
  • Revista em 505,7 mil veículos;
  • Fiscalização de 11,9 mil embarcações;
  • Vistoria de 264,5 mil cargas;
  • Vistoria de 7,8 mil contêineres;
  • Inspeção de 556,2 mil bagagens;
  • Apreensão de 31,5 mil ativos, com valor estimado em R$122,8 milhões.

Caos no Rio de Janeiro

No momento em que a operação foi decretada, o Rio de Janeiro estava vivendo um cenário conflituoso. Milicianos haviam transformado a zona oeste da cidade em uma verdadeira guerra, chegando a incendiar 35 ônibus e um trem como forma de protesto pela morte de Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão e um dos líderes da maior milícia do estado.

A decretação da GLO ocorreu em outubro do ano passado, quando Flávio Dino ainda era o ministro da Justiça.

Lula já havia afirmado dias antes da assinatura do decreto que não autorizaria operações de Garantia da Lei e da Ordem durante seu terceiro mandato. Ele ressaltou que não queria que militares estivessem envolvidos em confrontos com criminosos nas favelas.

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e os comandantes das Forças Armadas tiveram diversas conversas com o presidente para convencê-lo de que somente um decreto de GLO poderia permitir a participação dos militares na operação.

A fim de superar as resistências de Lula, os chefes militares, Múcio e Dino propuseram a criação de áreas delimitadas para a atuação das Forças Armadas.

Operação GLO prorrogada

Inicialmente, o plano era que a operação de GLO durasse até o início de maio. No entanto, Lula decidiu prorrogá-la por mais um mês, alegando a necessidade de realizar uma transição e concluir um plano de segurança para portos e aeroportos.

Segundo informações da Folha de S.Paulo, apesar dos membros do governo comemorarem os dados obtidos durante a operação, várias áreas da gestão Lula foram contrárias à prorrogação.

Oficiais-generais da Aeronáutica e da Marinha argumentaram, sob condição de anonimato, que o decreto que estabelece as regras para o funcionamento da Garantia da Lei e da Ordem prevê que a atuação dos militares deve ser episódica, em uma área previamente definida e pelo menor tempo possível.

Embora a decretação da GLO seja vista como uma vitória para os militares, há uma avaliação de que não cabe às Forças Armadas atuar na segurança pública.

Outra questão em disputa era a atribuição dos resultados das operações. Em alguns casos, foi a inteligência da Polícia Federal que identificou a presença de drogas em embarcações, mas o mérito foi atribuído à operação militar.

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