O Extremo-Carluxo
Eleito vereador no Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, o Carluxo, deu expediente mesmo foi nas suas redes sociais, em 2019 -- e nas do pai, o presidente da República. O alvo preferencial de Carluxo, que almejava ser o Secretário de Comunicação do governo. foram integrantes e aliados do Planalto, todos tratados como agentes infiltrados. Além da imprensa-- ou extrema-imprensa"...
Eleito vereador no Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, o Carluxo, deu expediente mesmo nas suas redes sociais — e nas do pai, o presidente da República.
O alvo preferencial de Carluxo, que almejava ser o Secretário de Comunicação do governo, foram integrantes e aliados do Planalto, todos tratados como agentes infiltrados. Além da imprensa — ou “extrema-imprensa” — e as instituições da República, claro.
O “pitbull” de Jair Bolsonaro (a imagem é do pai dele) atacou Gustavo Bebianno e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz.
Nos dois casos, depois dos ataques, Carlos saiu de cena e os ministros caíram.
Ele lançou suspeitas sobre o ministro do GSI, general Augusto Heleno. Trocou farpas com o senador Major Olímpio. E acusou o vice-presidente, o “tal de Hamilton Mourão“, de usar a vice-presidência como trampolim para ocupar o lugar do titular.
Sobrou também para o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros.
Os ataques de Carlos deixaram claro que, na sua visão, o presidente da República está cercado de inimigos de todos os lados.
Ele escancarou a disputa entre o bolsonarismo e o lavajatismo. Comprou briga com os militares. E, num post misterioso, alertou para algo que “está por vir derrubar o Capitão”.
O general Heleno até tentou explicar a razão pela qual Carlos se comporta desse jeito. Para o ministro, Carluxo “é traumatizado” pelo atentado a faca sofrido pelo pai.
Em setembro, a Crusoé noticiou que Carlos Bolsonaro estava sendo investigado pela prática de “rachadinha” no seu gabinete na Câmara dos Vereadores carioca.
O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu dois procedimentos para investigar o vereador pela suspeita do uso de funcionários fantasmas em seu gabinete.
Na mesma semana, Carlos pediu licença do cargo e atribuiu posteriormente o afastamento à necessidade de acompanhar seu pai no hospital, onde o presidente foi submetido a uma cirurgia para correção de hérnia.
Como se não bastassem essas confusões, provocou mais uma ao postar que, “por vias democráticas, a transformação que o Brasil quer” não vai acontecer na velocidade que ele gostaria.
A declaração do filho do presidente repercutiu mal no Legislativo, no Judiciário e até nos quartéis.
Para Bolsonaro, porém, Carlos “falou o óbvio”.
Ao se explicar sobre a declaração, o vereador afirmou que fora mal interpretado e voltou ao ataque, chamando jornalistas de “canalhas”.
O perfil de Bolsonaro no Twitter também exibiu um filme com um leão em luta com hienas. O leão era o presidente e as hienas, a imprensa, Ongs, partidos políticos — e o STF. A impressão digital de Carluxo ficou evidente para muitos.
Carluxo, então, saiu das redes, sem explicar o motivo. A ausência durou menos de um mês. Foi de 12 de novembro a 8 de dezembro, quando postou um filminho com o chef turco Nusret Gokçe, aquele que criou um bife de 1.000 dólares. Curiosamente, foi quando a alta do preço da carne estava nas páginas dos jornais.
Esse é o Extremo-Carluxo.
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