O espetáculo do “animador de auditório” Flávio Dino
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, age como se fosse um "animador de auditório", diz o 'Estadão' em editorial publicado nesta quinta-feira (17)...
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, age como se fosse um “animador de auditório”, diz o Estadão em editorial publicado nesta quinta-feira (17). O jornal paulista diz que Dino “não entendeu o que significa ser ministro da Justiça, tampouco as responsabilidades e os limites que o cargo impõe”.
O editorial enumera várias das manifestações públicas e virtuais do ex-governador do Maranhão, que dificilmente deixa de opinar sobre assuntos de relevância nacional, ainda que não tenham nada a ver com seu papel de ministro. “Na segunda-feira, pôs-se a discorrer sobre as eleições em um país estrangeiro. Depois do resultado das primárias na Argentina, o ministro da Justiça do governo Lula pontificou que, ’em eleições, os monstros de extrema direita só chegam ao poder quando o centro e os liberais caminham com as aberrações'”, destaca o Estadão.
“Ao agir da forma como vem atuando, Flávio Dino faz o oposto que o seu cargo exige. O ministro da Justiça deve contribuir para que o Executivo federal atue dentro dos limites e critérios estabelecidos pelo ordenamento jurídico: moldar a política pelo Direito. No entanto, Flávio Dino parece trabalhar para que o Direito – incluindo o Judiciário e as instituições auxiliares da Justiça – esteja moldado e seja visto pelas lentes da política. Prejudicial em qualquer circunstância, isso é especialmente grave nos dias de hoje, quando parcela considerável da população nutre desconfianças sobre a isenção e independência do Judiciário”, critica o jornal.
Segundo o editorial, “em vez de contribuir para serenar os ânimos – por exemplo, cuidando para que as instituições de Estado não sejam envolvidas em questões político-partidárias –, Flávio Dino parece obstinado em alimentar a equivocada impressão de que o Judiciário é uma grande arena política”.
Para entender melhor os movimentos do ministro da Justiça e seus impactos governamentais e eleitorais, leia reportagem publicada pela última edição de Crusoé: Flávio Dino, um ministro do barulho.
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