O efeito colateral do uso eleitoral da vacina
A classe política não surpreende. Como ocorre desde o início da pandemia, a disputa eleitoral virou o pano de fundo da discussão sobre a compra da Coronavac pelo governo federal. A vacina, como explicou ontem Eduardo Pazuello, será produzida no Brasil e não na China...
A classe política não surpreende. Como ocorre desde o início da pandemia, a disputa eleitoral virou o pano de fundo da discussão sobre a compra da Coronavac pelo governo federal. A vacina, como explicou ontem Eduardo Pazuello, será produzida no Brasil e não na China.
E assim como outros imunizantes, inclusive o da AstraZeneca, também terá insumos chineses.
O problema não é a China, claro, é João Doria e 2022. Segundo Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, o governador de São Paulo “politizou a vacina”.
“Se fosse a vacina do Butantan não teria problema, pois o Butantan é o maior fornecedor de vacinas para o Ministério da Saúde. O problema é ser a vacina do Doria. Aí vai dar errado”, disse Barros a O Antagonista.
Se Doria tenta ‘se apropriar’ da vacina, como diz Barros, Bolsonaro repete o script que usou com a cloroquina e a quarentena, desautorizando seu ministro da Saúde, via Facebook, e mandando cancelar o pré-acordo para a compra das 46 milhões de doses.
O presidente dobra a aposta, ao custo de vidas que ainda serão contabilizadas no boletim que já conta mais de 155 mil mortos.
Enquanto isso, Barros mantém ótima relação com Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, e acaba de emplacar um apadrinhado na Anvisa que ajudará a liberar a Coronavac. Se tudo correr bem, o principal cabo eleitoral de 2022 será o Zé Gotinha.
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