“O deputado tinha que ficar é feliz de mostrar a verba que conseguiu, não?”
O deputado Danilo Forte (foto), do PSDB do Ceará, disse a O Antagonista que indicou, sim, recursos de emendas de relator para a área da saúde em municípios do seu estado, em meio à pandemia da Covid. "Me ofereceram trator e eu não quis", afirmou...
O deputado Danilo Forte (foto), do PSDB do Ceará, disse a O Antagonista que indicou, sim, recursos de emendas de relator para a área da saúde em municípios do seu estado, em meio à pandemia da Covid.
“Me ofereceram trator e eu não quis”, afirmou.
As emendas de relator viraram um escândalo conhecido orçamento secreto — bilhões de reais de dinheiro público são distribuídos sem critérios definidos e sem qualquer transparência em sua aplicação.
O STF determinou que o Congresso dê publicidade à distribuição dessas verbas, mas o Parlamento está reagindo e quer manter em segredo pelo menos os detalhes da liberação dos montantes em 2020 e em 2021, como noticiamos ontem com exclusividade.
Danilo Forte criticou os colegas que defendem o orçamento secreto.
“Se não tem mecanismo nem sequer para saber a lista das indicações, imagina para fiscalizar esses gastos. Nosso papel também é fiscalizar. Desse jeito, estamos negando o papel do próprio Congresso”, afirmou o tucano.
“Eu indiquei essas emendas e dei publicidade nas minhas redes sociais. Estou achando estranho alguns quererem esconder. O deputado tinha que ficar é feliz de mostrar a verba que conseguiu para o seu estado, não?”, acrescentou Forte.
O deputado afirmou que a sociedade, “com razão, fará uma cobrança muita severa em relação a esse assunto”.
“Até porque estamos vivendo um momento muito crítico, criando espaço no orçamento para garantir Auxílio Brasil. A gente tem que ter mais zelo e mais cuidado com o orçamento público. É dinheiro do povo. É lamentável esperar uma interferência do STF em algo tão sensível.”
Como noticiamos, o Congresso ignorou o Supremo e publicou um ato que omite os nomes dos parlamentares que indicaram emendas de relator no ano passado e neste ano. Na noite de ontem, após repercussão negativa, Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e do Congresso, se viu obrigado a adiar para a próxima segunda-feira a sessão na qual tentará votar um projeto que pretende “regulamentar” o orçamento secreto.
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