O departamento de Kibe
A Folha de S. Paulo repete que a Andrade Gutierrez tinha um departamento de propina igual ao da Odebrecht.Mas não é bem assim...
A Folha de S. Paulo repete que a Andrade Gutierrez tinha um departamento de propina igual ao da Odebrecht.
Mas não é bem assim.
A Andrade Gutierrez usava o esquema de Adir Assad, assim como tantas empreiteiras, e pagava por seu trabalho de lavagem de dinheiro e repasse de propinas.
De fato, um dos delatores da Andrade Gutierrez citado pela reportagem explicou que o valor desviado de obras públicas “sofria um desconto de 18% a 20%, referente a impostos, e a uma ‘taxa’ cobrada por Adir Assad”.
Adir Assad está em todas: das planilhas da Odebrecht à cobertura de Lula em São Bernardo do Campo.
Releia aqui:
Em sua delação premiada, Vinícius Veiga Borin identificou os irmãos Adir e Samir entre os principais operadores de propina da Odebrecht.
Nas planilhas do ‘Departamento de Operações Estruturadas’ da empreiteira, a entrega de dinheiro por ambos era identificada pelas operações “kibe” e “esfiha”.
Borin não deu mais detalhes sobre Adir e Samir. Mas O Antagonista sabe que ele se referiu a Adir Assad e seu irmão Samir, especializados em usar empresas de fachada para escoar propina a políticos.
Adir operou no escândalo da Delta Engenharia e acabou preso pela Lava Jato, condenado a 9 anos e 10 meses de prisão por intermediar R$ 40 milhões em propinas do petrolão a Renato Duque e Pedro Barusco.
Só agora a força-tarefa entendeu o real tamanho do kibe no esquema de corrupção.
E aqui:
O Antagonista descobriu que a S.M. Terraplanagem, uma das empresas usadas por Adir Assad para lavar dinheiro do petrolão, teve como sócio Luis Roberto Satriani, vendedor da cobertura onde Lula vive em São Bernardo do Campo há 20 anos.
Alvo de investigação no passado, o imóvel oficial do ex-presidente foi adquirido com ajuda de Roberto Teixeira.
O advogado e compadre de Lula foi denunciado há poucos dias por participar da aquisição da cobertura vizinha, no mesmo edifício Green Hill, e do terreno onde seria erguido o Instituto Lula – tudo propina da Odebrecht, segundo o MPF.
No caso do duplex oficial, suspeitou-se na época de que a incorporadora Dalmiro Lorenzoni Construções, que fez o prédio, teria sido beneficiada por uma decisão da prefeitura de São Bernardo do Campo, sob comando do PT.
Lula comprou o apartamento de Satriani, que prestava serviços de terraplanagem para Dalmiro, que tinha Teixeira como advogado. A investigação, iniciada pelo MP em 1998, foi arquivada em 2003 pelo STF a pedido da PGR.
Satriani entrou no quadro societário da S.M. Terraplanagem em 2007 e saiu de lá dois anos depois.
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