O Congresso vai pôr tudo a perder?
Helio Telho Corrêa Filho, procurador da República e integrante do Núcleo de Combate à Corrupção do MPF em Goiás, escreveu um artigo para o Estadão sobre o que o Congresso decidiu fazer com as Dez Medidas.Leiam, por favor este trecho...
Helio Telho Corrêa Filho, procurador da República e integrante do Núcleo de Combate à Corrupção do MPF em Goiás, escreveu um artigo para o Estadão sobre o que o Congresso decidiu fazer com as Dez Medidas.
Leiam, por favor este trecho:
“O que era para ser aproveitada como a maior oportunidade que os congressistas tiveram, nos últimos anos, de atender ao principal anseio dos seus eleitores e inaugurar uma nova fase de amor eterno nesse quase sempre conturbado relacionamento, inexplicavelmente, está se tornando um enorme motivo para o eleitor, mais uma vez, querer discutir sua relação com o eleito.
Neste momento, não existe melhor modo de estragar tudo, pôr o relacionamento a perder e convencer o eleitor a se divorciar do parlamentar, do que corromper o coração das dez medidas, alterando a sua essência e até mesmo inverter o seu propósito, inclusive com a anunciada inclusão de ampla e sorrateira anistia, que visa beneficiar não só quem escondeu da Justiça Eleitoral o dinheiro que financiou sua campanha, mas até mesmo os eventuais crimes cometidos para obter esse dinheiro, atirando na lata do lixo não apenas a Lava Jato, mas todas as operações que investigam ou investigaram o roubo do dinheiro público nos últimos anos no Brasil, se utilizado depois na campanha eleitoral.”
E mais:
“Anistiar crimes de corrupção, peculato (furto do dinheiro público), lavagem de dinheiro produz o resultado oposto ao que os mais de 2,4 milhões de brasileiros buscaram quando assinaram as dez medidas. Os deputados sabem que não devem fazer isso com seus eleitores, tanto é que nenhum deles quis assumir a autoria da emenda da anistia e até mesmo manobras regimentais para realizar votação simbólica, que é aquela em que o voto do parlamentar fica oculto, foram denunciadas da tribuna do plenário da Câmara.”
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