O cálculo dos ataques entre Marina e Bolsonaro
No debate da RedeTV! de 17 de agosto, Marina Silva disse que Jair Bolsonaro não sabe o que é mulher receber menos que homem pelo mesmo trabalho e que ele acha que pode resolver tudo no grito. Bolsonaro disse que...
No debate da RedeTV! de 17 de agosto, Marina Silva disse que Jair Bolsonaro não sabe o que é mulher receber menos que homem pelo mesmo trabalho e que ele acha que pode resolver tudo no grito.
Bolsonaro disse que Marina, mesmo sendo evangélica, quer plebiscito sobre maconha e aborto, e que não sabe o que é mulher ter família destruída pela droga.
Antes de Cabo Daciolo entrar em cena para dizer “Eu amo todos os senhores”, Marina alegou que “O Estado é laico” e Bolsonaro rebateu sugerindo que ela “Leia o Livro de Paulo”.
Ou seja: Marina tentou desgastar Bolsonaro com as mulheres, e Bolsonaro tentou desgastar Marina com os evangélicos e eventualmente também com os católicos.
Na pesquisa do Datafolha realizada em 20 e 21 de agosto, como registramos, Marina está 5 pontos à frente de Bolsonaro entre as mulheres (19% a 14%); e Bolsonaro está 9 pontos à frente de Marina entre evangélicos (26% a 17%) e 4 à frente entre católicos (19% a 15%), o que, neste caso, é considerado empate técnico, no limite da margem de erro.
O eleitorado tem cerca de 77,3 milhões de mulheres, 39,5 milhões de evangélicos e 80 milhões de católicos, havendo, obviamente, uma interseção entre os grupos, porque há mulheres evangélicas e católicas. Cada um dos grupos é grande o bastante para levar Bolsonaro e Marina a trocarem farpas por não representá-los da devida maneira. Cabe às equipes dos presidenciáveis do PSL e da Rede fazer as contas e decidir o quanto e como investirão em novos ataques (e defesas).
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